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África Ocidental vive guerra contra vírus ebola, alerta OMS

A entidade está assustada diante do fato de que dezenas de médicos locais estão abandonando seus hospitais, temendo serem contaminados pelo vírus


	Ebola: "É uma guerra contra um vírus e é uma guerra difícil", disse chefe de operação da OMS
 (Carl de Souza/AFP)

Ebola: "É uma guerra contra um vírus e é uma guerra difícil", disse chefe de operação da OMS (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 16h17.

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) muda o tom do discurso diante da proliferação de casos do ebola na África e alerta que a região está enfrentando "uma guerra".

A entidade está assustada diante do fato de que dezenas de médicos locais estão abandonando seus hospitais, temendo serem contaminados pelo vírus que já fez mais de 2 mil mortos e que, segundo a OMS, atingirá "milhares de pessoas" nas próximas semanas.

Antes de a crise começar, a Libéria contava com menos de 250 médicos para atender 4 milhões de pessoas.

Nesta terça-feira, 09, a OMS admite que esse número caiu de forma substancial.

Algumas dezenas deles morreram, enquanto muitos outros estão abandonando seus locais de trabalho.

"É uma guerra contra um vírus e é uma guerra difícil", declarou Sylvie Briand, uma das chefes de operação da OMS.

"Queremos vencer algumas batalhas, pelo menos em alguns locais. Mas novos soldados são necessários", alertou.

Em Serra Leoa, por exemplo, são apenas 2 médicos para cada 100 mil pessoas.

Hoje, a entidade admite que simplesmente não sabe quantos médicos estão trabalhando na região.

Mas estima que 12 mil profissionais sejam necessários para frear a crise.

Desesperada, a OMS está em negociações com governos de todo o mundo para que enviem médicos para a região africana mais afetada.

Mas, até agora, um número reduzido de apoio foi confirmado.

O Reino Unido e os Estados Unidos anunciaram que mandarão médicos e soldados para a região.

Mas a entidade Médicos Sem Fronteiras alerta que os números indicados pelos dois governos seriam "insuficientes".

Margaret Chan, diretora da OMS, chegou a fazer ameaças e alertou que o "mundo seria responsabilizado" pela situação e pelos mortos na África.

Diante da crise, a OMS optou por mudar de forma radical sua estratégia. A partir de agora, a entidade vai tentar convencer líderes locais e a comunidade a colaborar, o que seria a única alternativa diante da falta de médicos, de hospitais e de leitos.

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