Presidentes russo e sul-africano: África do Sul pretende reestruturar instituições do mundo após cúpula (Mikhail Klimentyev/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2014 às 15h32.
Brasília - A África do Sul propôs a união de forças com outras nações para "reestruturar" o atual funcionamento das grandes instituições mundiais a partir da 6ª Cúpula dos Brics, grupo composto pelo mais Brasil, Rússia, Índia e China, afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do governo sul-africano, Mac Maharaj.
"O objetivo da cúpula é tentar unir os países em desenvolvimento para se conseguir o objetivo comum de reestruturar a maneira que o mundo funciona", disse à Agência Efe Maharaj ao se referir ao banco de desenvolvimento conjunto criado pelos Brics ontem em Fortaleza.
Os presidentes e chefes de governo dos Brics se reuniram hoje no segundo dia da cúpula com os presidentes dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para apresentar as vantagens do banco, que terá um capital inicial de US$ 50 bilhões e financiará projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento.
"Queremos dizer às instituições do mundo que a forma como se tomam as decisões em relação à economia mundial mudou, porque eram tomadas em favor do mundo desenvolvido", afirmou o porta-voz do governo sul-africano.
Maharaj, um antigo companheiro de prisão de Nelson Mandela e que retirou clandestinamente o manuscrito que o líder africano redigiu em sua cela, afirmou que o propósito dos Brics ao se aliar a outros países em desenvolvimento é mudar a governança do mundo.
"Nós queremos criar um mundo no qual todos sejamos iguais e onde as regras se ajustem a todos", afirmou.
Por este motivo, 'gostaríamos que se produzissem mudanças nas Nações Unidas, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial, e esse processo começa por criar um novo banco de desenvolvimento (dos Brics)', disse Maharaj.
O porta-voz afirmou que o encontro dos líderes dos Brics com os presidentes sul-americanos não busca marginalizar outros países em desenvolvimento, como os africanos.
"O encontro com os países sul-americanos é um exercício complementar ao que fizemos em Durban com todos os países da África", disse ao se referir à 5ª Cúpula dos Brics, realizada na África do Sul no ano passado.
"Somos conscientes de que cada país tem certos interesses específicos, mas sabemos que se queremos combater a pobreza e criar emprego temos que nos manter unidos", acrescentou.