Segundo a investigação conduzida pelo FBI, o governo sul-africano prometeu US$ 10 milhões ao então vice-presidente da Fifa, Jack Warner (REUTERS/Yannis Behrakis)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2015 às 14h29.
Johanesburgo - A Associação do Futebol Sul-Africano (Safa, na sigla em inglês) negou nesta quinta-feira que as autoridades do país tenham subornado diretores da Fifa para conseguir organizar a Copa do Mundo de 2010.
"Reafirmamos que conduzimos todo o processo com integridade. As acusações se demonstrarão falsas", disse à Agência Efe o porta-voz da Safa, Dominic Chimhavi.
Segundo a investigação conduzida pelo FBI, o governo sul-africano prometeu US$ 10 milhões ao então vice-presidente da Fifa, Jack Warner, e outros dois dirigentes da entidade em troca de seus votos na eleição da escolha da sede do Mundial.
O porta-voz da Safa também defendeu a transparência da candidatura da África do Sul para sediar a Copa do Mundo de 2006, processo vencido pela Alemanha, e garantiu que foi o prestígio de pessoas como Nelson Mandela e Desmond Tutu que levaram o Mundial para o país.
"Colocar sob suspeita personalidades de tanta integridade é muito decepcionante", acrescentou Chimhavi, lembrando que o país tinha, além disso, todo o apoio do continente africano.
A África do Sul venceu Marrocos por 14 votos a 10 na eleição final para a escolha do país organizador do Mundial de 2010, pleito realizado pela Fifa em 2004.
Tanto a oposição como diversos setores da sociedade civil sul-africana pediram explicações ao governo sobre o escândalo, que afeta a imagem de sucesso da Copa do Mundo de 2010.
O voto de Warner e dos dois outros dirigentes supostamente subornados - que, segundo o FBI, receberam uma parte menor dos US$ 10 milhões pagos pela África do Sul - foram decisivos para o resultado.
Conforme a investigação, o pagamento foi desviado dos recursos enviados pela Fifa para a África do Sul financiar a organização do torneio. O governo do país, dessa forma, não teria usado diretamente dinheiro público para pagar pelo suborno.
Warner e outros sete dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, foram presos ontem na Suíça e em outras partes do mundo por causa do escândalo de corrupção revelado pelo FBI, e podem ser extraditados aos Estados Unidos.