Jacob Zuma, presidente da África do Sul, perdeu a paciência com Kadafi, seu antigo aliado (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 14h49.
Joanesburgo - A África do Sul decidiu congelar os ativos e transações relacionadas com o líder líbio, Muammar Kadafi, e pessoas relacionadas com ele, informou nesta sexta-feira a edição digital do jornal "Business Day".
O presidente sul-africano, Jacob Zuma, que nesta sexta-feira participou de uma reunião sobre a Costa do Marfim na União Africana (UA), em Adis-Abeba, além de ordenar o congelamento dos ativos de Kadafi, apoiou uma resolução que suspende a Líbia dentro do organismo africano.
O porta-voz do Departamento do Tesouro disse na quinta-feira que havia "um processo em andamento" para aplicar as medidas, embora não disse em que fase estava o processo.
Em paralelo, o porta-voz do Ministério de Relações Internacionais sul-africano, Clayson Monyela, disse nesta sexta-feira que todos os ativos líbios na África do Sul se submeterão a "um rigoroso processo de verificação".
Conforme o jornal econômico sul-africano, "Zuma perdeu a paciência com seu antigo aliado, que apoiou sua campanha para se transformar no líder do Congresso Nacional Africano (CNA)", em oposição ao ex-presidente Thabo Mbeki, e chegar à Chefia do Estado.
Zuma, acrescenta o jornal, "esteve submetido a pressões para atuar com firmeza contra a Líbia, apesar que a África do Sul já tinha apoiado resoluções para impor sanções ao regime de Kadafi".
As críticas aumentaram quando se soube que Zuma tinha recebido um telefonema de Kadafi e, logo após, o Governo de Pretória negou que o presidente sul-africano dissesse a Kadafi que o considerava "uma vítima dos meios de comunicação ocidentais", como disse a imprensa local.
O Governo assegurou que Zuma aproveitou a chamada para dizer a Kadafi que a África do Sul tinha liderado a postura de suspender a participação da Líbia na Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Libyan Arab African Investment Corporation é sócia da empresa Legacy, proprietária de 19 hotéis de luxo na África do Sul, embora não está claro que Kadafi se beneficie diretamente desta empresa, que segundo a Embaixada da Líbia em Pretória pertence a esse país.
Enquanto muitos países impuseram um embargo de armas à Líbia, África do Sul não o fez oficialmente e a empresa local Denel estuda possíveis vendas de armamento.