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África chega a 622 mortes por mpox enquanto espera chegada das vacinas

No último mês, OMS decretou emergência de saúde internacional para classificar contágio da doença

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 08h07.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 08h12.

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Mais de 22,8 mil casos e pelo menos 622 mortes por mpox (antes chamada de varíola do macaco) foram reportados desde janeiro deste ano em 13 países africanos, confirmou na terça-feira, 27, a agência de saúde pública da União Africana (UA), enquanto o continente aguarda a chegada de vacinas contra a doença.

“Vocês podem ver o aumento (...) em comparação com a semana passada (...) Isso nos mostra que o surto ainda está progredindo”, disse Jean Kaseya, diretor-geral dos Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África), em entrevista coletiva.

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De acordo com os dados mais recentes da agência, 22.863 infecções (incluindo 3.641 confirmadas e 19.222 suspeitas) foram documentadas até o momento em Burundi, Camarões, República Centro-Africana (RCA), República do Congo, Costa do Marfim, República Democrática do Congo (RDC), Gabão, Libéria, Quênia, Nigéria, Ruanda, África do Sul e Uganda.

A vigilância (epidemiológica) na África continua fraca. Sabemos que em muitas regiões temos uma subnotificação de casos”, alertou Kaseya, além de dizer que a instituição enviará 72 epidemiologistas para as zonas afetadas a fim de melhorar o registro de infecções.

Sobre a chegada das vacinas ao continente, o diretor dos CDC África declarou que espera que as primeiras doses cheguem no início de setembro próximo à RDC, país onde se concentra o surto.

“Não queremos ver nenhum tipo de problema com relação a uma rápida implantação das vacinas na África”, disse Kaseya, lembrando que a União Europeia (UE) doará ao continente mais de 215 mil doses da vacina fabricada pela empresa farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, a única aprovada contra mpox pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).

Essas se somariam aos 100 mil frascos para vacinar 500 mil pessoas que foram doados pela Espanha, segundo anunciou o Ministério da Saúde do país europeu nesta terça-feira.

Os CDC África também estão aguardando as 50 mil doses prometidas à RDC pelos Estados Unidos, as 100 mil anunciadas pela França e outras 15 mil anunciadas como doação pela Bavarian Nordic sob a coordenação da Aliança de Vacinas GAVI, disse Kaseya.

“O que estamos fazendo é tentar unir os esforços de todos os países africanos”, disse o diretor geral da agência de saúde, que planeja convocar uma reunião dos chefes de Estado da região em setembro para aprovar um "plano de resposta continental".

O governo da RDC pediu ao Japão que doasse dois milhões de doses da vacina produzida pela empresa japonesa KM Biologics, e as negociações “progrediram bastante” nesse sentido, disse o epidemiologista Ngashi Ngongo, chefe do Escritório Executivo dos CDC África, na entrevista coletiva.

“Estávamos enfrentando a covid-19. Não tínhamos vacinas, nem medicamentos, nem seringas ou luvas e fomos abandonados. Hoje estamos em uma situação semelhante (...) porque não fabricamos vacinas”, lamentou Kaseya.

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