Robert Ménard: prefeito é conhecido por suas provocações e sua hostilidade à imigração (Koichi Kamoshida/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2016 às 13h42.
Uma ministra negra do governo socialista francês, Ericka Bareigts, declarou-se nesta terça-feira "consternada" pelas palavras de um prefeito próximo da extrema direita que afirmou que ser francês é "também ser europeu, branco e católico".
"Consternada. Esta França não existe. Aos que sonham com a uniformidade, oponho a riqueza de nossa diversidade", tuitou a ministra de Ultramar.
Na segunda-feira, o prefeito de Béziers (sul) Robert Ménard, conhecido por suas provocações e sua hostilidade à imigração, declarou à rede de televisão LCI que "ser francês é também (...) ser europeu, branco e católico".
Este prefeito, que já provocou polêmica em maio de 2015 ao se referir à grande proporção de alunos de confissão muçulmana, voltou a fazê-lo na segunda-feira ao se referir a uma classe de Béziers que tem "91% de alunos muçulmanos", acrescentando: "evidentemente é um problema, há níveis de tolerância".
Quando ainda não era ministra, Ericka Bareigts, na época deputada, já havia criticado algumas palavras sobre a França, "país de raça branca", pronunciadas em setembro de 2015 pela eurodeputada conservadora Nadine Morano.
"Para mim, deputada negra da República, a França descrita pela senhora Morano não é a minha", afirmou no Parlamento, provocando aplausos da esquerda do hemiciclo.
Oito meses antes da eleição presidencial na França, os temas de identidade e da imigração estão onipresentes nos discursos políticos de todas as tendências.