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Afeganistão: opositor alerta para levante caso não tenha acordo com Talibã

O opositor Ahmad Wali Massoud alertou que haverá resistência caso o Talibã não forme um governo inclusivo após a retomada do poder no Afeganistão

Afeganistão: milhares de pessoas deixaram o país após o grupo tomar o poder (HOSHANG HASHIMI/AFP/Getty Images)

Afeganistão: milhares de pessoas deixaram o país após o grupo tomar o poder (HOSHANG HASHIMI/AFP/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 21 de agosto de 2021 às 19h43.

Última atualização em 21 de agosto de 2021 às 21h43.

Quase uma semana depois do Talibã tomar o poder no Afeganistão, Ahmad Wali Massoud, líder de um grupo opositor, levantou a possibilidade de um amplo levante civil caso não seja firmado um acordo de paz.

“Se houver um acordo, um acordo de paz, todos irão aderir. Mas se não houver acordo... não são apenas Panjshir, são as mulheres do Afeganistão, a sociedade civil, a geração jovem — são todas as pessoas da resistência ”, disse Massoud em uma entrevista em vídeo para o Financial Times. “Se você conquistar o palácio [presidencial] à força, não significa que conquistou os corações e mentes das pessoas”, acrescentou.

Afeganistão: 265 pessoas são evacuadas de Cabul pelas Forças Armadas do Reino Unido em 21 de agosto de 2021, após o Talibã tomar o poder. (Handout/Getty Images)

Massoud questionou como o Talibã conseguiu tomar o poder de forma tão fácil, sem resistência das forças afegãs treinadas pelos Estados Unidos. Ele pediu explicações ao presidente deposto Ashraf Ghani e ao enviado americano no Afeganistão, Zalmay Khalilzad.

“Eu acredito que houve uma grande conspiração para realmente fazer todo o sistema cair... como um golpe de estado realizado de dentro do governo ”, disse Massoud, acrescentando que não era“ lógico ”que o exército desmoronasse tão rapidamente. “Não tenho dúvidas de que foi planejado”, disse ele.

O Talibã controlou o Afeganistão entre 1996 e 2001, quando seguiu uma versão radical do islamismo nos costumes, vetando o consumo de álcool e a livre circulação de mulheres.

A rápida ofensiva militar do grupo, que em duas semanas tomou 26 das 34 capitais de províncias, acontece no vácuo da saída das tropas americanas.

Os EUA estavam no país desde 2001, após terem tomado o controle do próprio Talibã e tentado criar instituições de Estado junto ao governo afegão.

 

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