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Afeganistão e EUA definem esboço de acordo de segurança

Proposta divulgada pelo governo afegão parece atender às exigências dos EUA em questões controversas


	Soldados americanos no distrito afegão de Kush Kunar, na província de Nangarhar: Sem o acordo, Washington alertava que poderia retirar suas tropas no final do ano que vem
 (AFP/ Manjunath Kiran)

Soldados americanos no distrito afegão de Kush Kunar, na província de Nangarhar: Sem o acordo, Washington alertava que poderia retirar suas tropas no final do ano que vem (AFP/ Manjunath Kiran)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2013 às 08h18.

Cabul/Washington - Estados Unidos e Afeganistão alcançaram na quarta-feira um acordo preliminar estabelecendo os termos da permanência dos militares norte-americanos no país depois de 2014, assunto a ser debatido nesta quinta-feira pelos anciões afegãos.

A proposta divulgada pelo governo afegão parece atender às exigências dos EUA em questões controversas, como a possibilidade de os militares norte-americanos realizarem operações unilaterais de contraterrorismo, entrarem em casas afegãs e protegerem o país de ataques externos.

Sem o acordo, Washington alertava que poderia retirar suas tropas no final do ano que vem, deixando às forças afegãs a tarefa de combaterem sozinhas a insurgência do Taliban.

Milhares de dignitários e anciões afegãos devem se reunir nesta quinta-feira em uma assembleia tradicional chamada Loya Jirga, a ser realizada sob uma gigantesca tenda de Cabul, a capital, para discutir o destino das forças dos EUA depois da retirada da força multinacional da Otan, em 2014.

"Chegamos a um acordo quanto ao linguajar final do acordo bilateral de segurança que será levado amanhã à Loya Jirga", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em Washington.

O acordo precisará entrar em vigor em 1º de janeiro de 2015, e a proposta definida na quarta-feira diz que valerá "até o final de 2024 ou além, a não ser que seja revogado".

Uma fonte graduada dos EUA disse que não há uma decisão sobre o tamanho da força a ser mantida por Washington a partir de 2015, mas que o governo não antevê a permanência de uma força residual até 2024 ou mesmo bem antes.


As intensas negociações entre Cabul e Washington provocam a frustração entre os anciões tribais e políticos afegãos que fizeram perigosas jornadas a partir de vários pontos do país para irem a Cabul debaterem o pacto.

Os esforços para concluir a negociação pararam na terça-feira, em meio a discordâncias sobre se o presidente dos EUA, Barack Obama, havia aceitado divulgar uma carta admitindo erros dos EUA em 12 anos de presença militar no Afeganistão.

Kerry negou que tenha sido discutida a possibilidade de um pedido de desculpas ao Afeganistão por erros ou por vítimas civis, o que teria forte repercussão negativa nos EUA.

"O importante é que as pessoas entendam que nunca houve uma discussão nem a palavra ‘desculpas' foi usada nas nossas discussões", disse Kerry, acrescentando que o presidente afegão, Hamid Karzai, não exigiu essas desculpas.

Não ficou claro de onde surgiu a ideia de que os EUA deveriam se desculpar.

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