Carlos Ghosn: pessoas da equipe jurídica que vem defendendo o ex-presidente da aliança entre as montadoras Renault e Nissan no Japão (Regis Duvignau/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 11h31.
Última atualização em 8 de janeiro de 2020 às 11h33.
Tóquio — Agentes fiscais foram à sede do escritório de advocacia japonês que trabalha para o executivo brasileiro Carlos Ghosn nesta quarta-feira para apreender um dos computadores do empresário, mas, segundo fontes da equipe jurídica, a defesa se recusou a entregar o equipamento.
A tentativa de apreensão foi feita por funcionários do Ministério Público de Tóquio no escritório liderado por Junichiro Hironaka, levando uma ordem judicial para recolher o computador que a justiça acredita que vinha sendo usado por Ghosn enquanto estava em liberdade sob fiança na capital japonesa.
Pessoas da equipe jurídica que vem defendendo o ex-presidente da aliança entre as montadoras Renault e Nissan no Japão informaram à Agência Efe que o escritório argumentou que, se entregasse a máquina, violaria o sigilo profissional entre advogados e cliente. Dessa forma, os agentes deixaram o local de mãos vazias.
O equipamento teria sido usado regularmente pelo brasileiro, que também tem nacionalidades libanesa e francesa, enquanto ele estava sob fiança. Isso porque ele foi impedido de acessar a internet em sua casa e no telefone colocado à sua disposição pelos seus advogados, por ordem do juiz.
Ainda de acordo com a ordem jurídica, Ghosn só poderia navegar nos escritórios dos seus advogados, os quais visitava regularmente. A equipe de defesa também foi obrigada a disponibilizar ao tribunal o histórico de comunicações do computador utilizado pelo executivo.
Acusado no Japão de irregularidades financeiras, o empresário fugiu do país na semana passada e apareceu em Beirute há uma semana.