O cineasta chinês Zhang Yimou: advogados apresentaram denúncia contra Zhang por violação da política de controle demográfico (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 09h01.
Pequim - As autoridades chinesas de planejamento familiar, que controlam a aplicação da política do filho único, asseguraram que não abrirão exceções para Zhang Yimou, que recentemente confessou que tinha quatro filhos, e que o célebre diretor de cinema será "tratado estritamente segundo a lei".
O jornal "South China Morning Post" afirma nesta quarta-feira que a Comissão de Planejamento Familiar e Saúde da China prometeu que "não haverá favores" ao aclamado diretor de filmes como "Laternas Vermelhas" e "O clã das adagas voadoras", também famoso por ter dirigido a abertura das Olimpíadas de Pequim, em 2008.
O caso "será manejado de acordo com as leis e regulações", assegurou em entrevista coletiva o porta-voz da citada comissão, Yao Hongwen, que disse que "todo cidadão é igual perante a lei e ninguém desfruta de privilégios".
Após meses de rumores, nos quais se chegou a especular que Zhang tinha até sete filhos, o diretor apareceu publicamente no começo de dezembro para admitir que tinha três filhos com sua esposa atual, Chen Ting, mais um concebido com uma companheira anterior.
Dois advogados apresentaram pouco depois uma denúncia contra Zhang por violação da política de controle demográfico, na qual solicitaram que o cineasta seja multado com 1 bilhões de iuanes (US$ 160 milhões).
Há anos, a sociedade chinesa critica que a política do filho único é elitista, já que muitas pessoas da classe alta como celebridades, políticos e empresários milionários podem pagar as multas que estipula a lei por ter mais de um filho.
A política foi instaurada no final da década de 1970 para frear a superpopulação e será relaxada em 2014, quando será permitido aos casais ter um segundo filho se um dos dois cônjuges não tiver irmãos.
Até agora, só se contemplava esta exceção se os dois membros do casal fossem filhos únicos.