Advogado de defesa dos direitos humanos Pu Zhiqiang em tribunal em Pequim (REUTERS/CCTV)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 08h28.
Pequim - Um tribunal condenou nesta terça-feira um dos advogados chineses mais destacados na defesa dos direitos humanos por "incitar ao ódio étnico" e provocar problemas ao postar na Internet mensagens criticando o governo.
A corte aplicou uma pena suspensa, o que significa que não irá para a prisão, mas não poderá exercer a advocacia.
Ativistas disseram que a sentença suspensa de três anos para Pu Zhiqiang, de 50 amos, servirá como um forte lembrete para outros advogados defensores de direitos civis de que o Partido Comunista, atualmente imerso em uma severa onda repressiva contra os dissidentes, não admite desafio às suas regras.
O Tribunal Popular Intermediário número 2, de Pequim, informou que Pu estava sendo punido pelas acusações de “incitar ao ódio étnico” e "criar discussões e provocar", segundo o microblog da televisão estatal CCTV.
De acordo com o advogado de Pu, Shang Baojun, ele foi condenado a três anos de prisão, mas obteve um indulto pelo mesmo período.
A pena suspensa significa que Pu permanecerá sob liberdade condicional formal durante esse período, disseram especialistas legais.
Pu iria ser solto nesta terça-feira, embora possa ser colocado sob "vigilância domiciliar" - uma forma de detenção na China, usada para manter os dissidentes longe dos olhos do público.
Pu já representou muitos dissidentes conhecidos, incluindo o artista Ai Weiwei e ativistas do "Movimento Novos Cidadãos", um grupo que apelou aos líderes chineses para que informassem publicamente sua riqueza.
Ele é o mais proeminente ativista afetado pela onda repressiva, que grupos pró-direitos humanos dizem ser a mais severa contra dissidentes em duas décadas na China.
Pu passou quase 19 meses preso antes do julgamento na semana passada, que durou pouco mais de três horas.