Tymoshenko, de 51 anos, começou a greve de fome após denunciar que havia sido machucada em 20 de março por agentes penitenciários (Andreas Rentz/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2012 às 17h44.
Kiev - A ex-primeira-ministra e líder opositora ucraniana, Yulia Tymoshenko, presa e em greve de fome, está disposta a ser hospitalizada na Ucrânia se for tratada pelo médico alemão Lutz Harms, disse seu advogado à imprensa nesta terça-feira.
"Nem eu nem sua filha podemos confirmar quando terminará a greve de fome", disse à Agência Efe o deputado e advogado de Tymoshenko, Sergei Vlasenko. De acordo com Vlasenko, a hospitalização da ex-primeira-ministra, que sofre de uma hérnia de disco, enfrenta muitos obstáculos.
O advogado ainda falou que Tymoshenko estaria disposta a ser hospitalizada diante do cumprimento das suas condições de ser tratada por médicos independentes. "Infelizmente, os médicos ucranianos se encontram sob pressões políticas. Por isso se veem obrigados a dizer, apesar seu profissionalismo, que ela está sã e não necessita tratamento", disse.
Vlasenko falou nesta terça diante da imprensa junto da filha de Tymoshenko, Yevgenia, sobre o grave estado do líder opositora. "O doutor Harms, que acaba de examiná-la, alertou que sem o início imediato do tratamento, as consequências poderiam ser nefastas e, certamente, ela não poderá receber tratamento sem antes sair da greve de fome", disse Yevgenia.
A filha ainda ressaltou que sua mãe teria perdido uns dez quilos e sofre de enjôos e perda de memória. Tymoshenko, de 51 anos, começou a greve de fome após denunciar que havia sido machucada em 20 de março por agentes penitenciários durante a transferência forçada a uma clínica fora da prisão para o tratamento de uma hérnia de disco. A imprensa ucraniana publicou fotos com os hematomas de Tymoshenko, supostamente feitos por um dos funcionários da prisão, com "um forte murro no estômago" da ex-primeira-ministra.
Em contrapartida, as autoridades defendem que os funcionários atuaram no marco da lei, diante da recusa da presa em ser transferida a uma clínica para submeter-se a reabilitação.
Ainda nesta terça, a Ucrânia foi obrigada a renunciar a realização de uma cúpula dos países da Europa Central e Oriental, na cidade de Yalta, pela recusa de diversos líderes de irem à reunião diante da situação de Tymoshenko.
A líder opositora ucraniana cumpre uma pena de sete anos de prisão por abuso de poder, crime pelo qual se declara inocente. Atualmente, ela ainda enfrenta um segundo julgamento por evasão tributária e poderia ser condenada a outros doze anos de prisão.