A Standard & Poor's colocou sob perspectiva negativa a nota dos países da zona do euro (Ralph Orlowski/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 18h28.
Viena - A advertência da agência de classificação Standard & Poor's aos países europeus tem uma motivação política, denunciou nesta terça-feira o austríaco Ewald Nowotny, membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE).
"O momento escolhido para lançar esta advertência, e sua amplitude, têm um contexto claramente político", declarou Nowotny, também governador do Banco Central Austríaco (OeNB) em um fórum em Viena.
A agência de classificação não se "dirige apenas a um país, mas a todo o conjunto da Eurozona. Isto significa que se trata de uma declaração política ligada à cúpula" da UE, realizada na sexta-feira em Bruxelas, acrescentou.
"É um problema quando a política entra nas avaliações das agências de classificação. A política deve fixar por si mesma as suas prioridades", considerou o banqueiro.
A agência americana Standard & Poor's colocou na segunda-feira "sob vigilância negativa" a classificação a longo prazo de quinze países da Eurozona, incluindo Alemanha, Áustria, Finlândia, França, Luxemburgo e Holanda, seis países com a nota máxima: AAA.
A decisão da S&P ocorreu pouco depois do anúncio do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da chefe de governo alemã, Angela Merkel, do projeto de um "novo tratado" europeu destinado a ajudar a Europa a sair de forma duradoura da crise da dívida.
Esta proposta deve ser discutida pelos líderes europeus na sexta-feira em Bruxelas.
O presidente dos ministros das Finanças da Eurozona, Jean-Claude Juncker, apelidou de "exagerada" e "injusta" a ameaça da agência de classificação.