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Adolescente é julgada por assassinar marido

A moça, Wasila Tasi'u, também é acusada do assassinato de outras 3 pessoas que teriam consumido uma comida preparada por ela

Noivas participam de uma festa na repartição do governador de Kano, após participarem de um casamento coletivo (Aminu Abubakar/AFP)

Noivas participam de uma festa na repartição do governador de Kano, após participarem de um casamento coletivo (Aminu Abubakar/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 15h33.

Gezawa - Um tribunal da Nigéria deve começar a julgar nesta segunda-feira uma adolescente de 14 anos acusada de ter envenenado com raticida um homem de 35 anos com quem foi forçada a se casar.

A moça, Wasila Tasi'u, que deve comparecer ao tribunal de Gezawa, no estado de Kano, também é acusada do assassinato de outras três pessoas que teriam consumido uma comida preparada por ela em 9 de abril, uma semana depois de seu casamento com Umaru Sani.

Segundo a polícia, Tasi'u admitiu ter envenenado Sani e seus convidados durante a recepção organizada em função do casamento.

"Fez isso porque os pais dela a forçaram a se casar com um homem que ela não queria", declarou o porta-voz da polícia do estado de Kano, Musa Magaji Majia.

Para a advogada da adolescente, Husaina Aliyu, a confissão não pode ser utilizada no julgamento porque a acusada, segundo ela, foi interrogada pela polícia sem a presença de parentes ou de um advogado.

Os casamentos forçados de adolescentes com homens muito mais velhos são frequentes no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, em particular nas regiões rurais pobres.

O estado de Kano também é alvo de inúmeros atentados do grupo islamita Boko Haram (cujo significado é "a educação ocidental é pecado"), que desde 2009 lidera um sangrenta insurreição para criar um Estado islâmico no norte da Nigéria, o país mais povoado da África e a primeira economia do continente.

Mais de 200 adolescentes foram sequestradas pelo grupo em meados de abril no estado de Borno (noreste). O chefe do Boko Haram, Abubakar Shekau, declarou que a intenção é vendê-las como escravas ou forçá-las a se casar.

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