Eleições americanas: o democrata Joe Biden tem vantagem de 10 pontos percentuais sobre Trump, diz pesquisa (Drew Angerer/Getty Images)
Reuters
Publicado em 24 de junho de 2020 às 09h40.
Última atualização em 24 de junho de 2020 às 15h07.
O candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, Joe Biden, lidera com ampla vantagem a primeira pesquisa de intenção de voto realizada pelo jornal americano The New York Times em parceria com o Siena College, publicada na manhã desta quarta-feira, 24. Com 50% das intenções de voto, Biden aparece 14 pontos porcentuais à frente do presidente Donald Trump, que busca a reeleição e detém a preferência de 36% dos entrevistados. A eleição presidencial nos EUA deste ano está marcada para o dia 3 de novembro.
Os outros 14% correspondem àqueles que não souberam responder, ou não vão comparecer às urnas - o voto, nos EUA, não é obrigatório - ou pretendem votar em outro candidato. A pesquisa entrevistou 1.337 pessoas entre 17 de junho e 22 de junho. De acordo com o The New York Times, Biden, que foi vice-presidente dos Estados Unidos na gestão Barack Obama, apresenta vantagem especial entre mulheres, negros e hispânicos.
Ainda segundo a pesquisa, a maioria da população desaprova o tratamento dado por Trump à pandemia de covid-19. "Apenas um terço dos eleitores diz que o governo deveria se concentrar em reativar a economia, mesmo que isso implique maiores riscos à saúde pública", traz a reportagem publicada pelo jornal.
O republicano Donald Trump enfrente uma série de desafios para conquistar um segundo mandato. Os Estados Unidos são a nação que registra mais casos do novo coronavírus em todo o mundo, com mais de 2 milhões de infecções confirmadas, e fortes impactos na economia. O desemprego já está na casa dos dois dígitos.
Além disso, o país assistiu, recentemente, a intensos protestos antirracistas após o assassinato de George Floyd, ex-segurança negro asfixiado por um policial branco. As manifestações foram reprimidas e criticadas pela Casa Branca, que ameaçou utilizar as Forças Armadas para contê-las.
A aprovação dos norte-americanos à maneira como o presidente Donald Trump está tratando da pandemia de coronavírus atingiu o menor nível já registrado, mostrou a pesquisa de opinião Reuters/Ipsos mais recente, enquanto os casos novos de Covid-19 aumentaram e Trump foi amplamente criticado por insinuar que gostaria de diminuir os exames de detecção da doença.
A sondagem de 22 e 23 de junho também mostrou que a maioria dos norte-americanos quer que John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump, deponha ao Congresso sob juramento depois que ele acusou seu ex-chefe de má conduta em um livro, o que incluiu pedir ajuda do presidente chinês, Xi Jinping, para se reeleger.
Na pesquisa, 37% dos entrevistados aprovaram a maneira como Trump reagiu à pandemia, o menor índice já registrado desde que a Reuters/Ipsos começou a fazer a pergunta no início de março. O percentual dos que desaprovam é de 58%.
Trump demorou para reconhecer publicamente a gravidade do surto de coronavírus, que já matou mais de 120 mil norte-americanos, e pressiona Estados a reabrirem antes de especialistas dizerem que é seguro fazê-lo.
Em seu primeiro comício em meio à pandemia, realizado em Oklahoma no sábado, o presidente disse a milhares de apoiadores que fazer exames é uma "faca de dois gumes" e que pediu às autoridades de saúde que desacelerem os exames em reação à preocupação do público com o número crescente de casos.
Na terça-feira, autoridades do governo disseram que Trump na verdade não lhes fez tal pedido.
Os casos aumentaram 25% nacionalmente, de acordo com a contagem de sete dias mais recente, cifra decorrente de aumentos em vários Estados, como Texas, Arizona e Flórida, que têm sido mais lenientes com o distanciamento social.
Trump vem perdendo apoio de maneira contínua em uma gama ampla de eleitores desde março. Os norte-americanos criticam cada vez mais sua reação à pandemia e a uma onda de protestos ocorrida após a morte de George Floyd, um homem negro, pela ação de um policial branco no dia 25 de maio na cidade de Mineápolis.