Protesto um mês após o estupro coletivo que provocou a morte da estudante indiana de 23 anos: o ataque gerou uma onda de protestos no país asiático e levou a um profundo debate (©afp.com / Raveendran)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2013 às 06h25.
Nova Délhi - Um tribunal de Nova Délhi declarou como culpados nesta terça-feira os quatro adultos acusados do estupro e morte de uma jovem em dezembro do ano passado, um crime que provocou um debate sem precedentes sobre a situação das mulheres na Índia, informou uma fonte judicial.
A corte estudará a condenação de Mukesh Singh, Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta, que poderiam pegar pena de morte pelas 13 acusações em que foram considerados culpados, entre elas sequestro, estupro e assassinato.
"Todos os acusados - que estavam presentes na sala e cercados por um forte aparato de segurança - foram condenados em todas as acusações", afirmou o juiz Yogesh Khanna, segundo um advogado dos réus, V.K. Anand.
Os pais da vítima, que pediram a pena de morte para os acusados em várias ocasiões, escutaram o veredicto a poucos metros do magistrado e com "lágrimas nos olhos", segundo testemunhas presentes na sala.
Um quinto envolvido no crime, que é menor de idade, foi condenado em outro julgamento a três anos de reclusão em uma unidade correcional, uma decisão que causou indignação na família da vítima e em outros grupos sociais, que reivindicaram que o rapaz fosse julgado como um adulto e condenado à morte.
Um sexto acusado, maior de idade, se suicidou na prisão, segundo a versão oficial.
A vítima, uma estudante de fisioterapia, retornava com um amigo do cinema no dia 16 de dezembro do ano passado e foi estuprada e torturada pelos seis homens após entrar em um ônibus em Nova Délhi.
A jovem morreu 13 dias depois em um hospital de Cingapura.
O ataque gerou uma onda de protestos no país asiático e levou a um profundo debate sobre a discriminação e a violência que as mulheres sofrem no país.
Diante da magnitude dos protestos, o governo foi forçado a modificar a legislação e endurecer as penas contra os crimes sexuais e criar cortes de via rápida para os casos de estupro, entre outras medidas.
Os manifestantes acusaram à polícia de omissão nos casos de violência sexual e os tribunais de não condenarem os estupradores.
Desde o caso da jovem em dezembro, a Índia vive em um estado de paranóia devido às contínuas acusações de violência sexual que aparecem na imprensa local e internacional.
Essas denúncias afetaram o turismo na Índia, segundo dados oficiais e das agências de turismo. EFE