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Acusados de estuprar jovem na Índia comparecem em tribunal

Compareceram hoje no julgamento cinco dos seis homens acusados de cometer o crime


	Grupo se manifesta pela condenação de suspeitos: os cinco retornaram em um furgão policial para a prisão de Tihar, onde estão desde que foram detidos.
 (REUTERS)

Grupo se manifesta pela condenação de suspeitos: os cinco retornaram em um furgão policial para a prisão de Tihar, onde estão desde que foram detidos. (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 10h04.

Nova Délhi - Começou nesta segunda-feira em Nova Délhi a primeira fase do julgamento dos acusados de estuprar uma jovem indiana dentro de um ônibus, caso que comoveu o mundo e causou uma onda de protestos no país.

O tribunal determinou que as próximas audiências do caso serão fechadas. Compareceram hoje no julgamento cinco dos seis homens acusados de cometer o crime.

A primeira sessão do julgamento começou no início da tarde na corte de Saket, no sul da capital, e os suspeitos foram notificados formalmente pela juíza Namrita Aggarwal dos crimes que estão sendo acusados.

Após o comparecimento, que não durou mais de uma hora, os cinco retornaram em um furgão policial para a prisão de Tihar, onde estão desde que foram detidos. A imprensa não conseguiu falar com eles durante esse processo.

A audiência ocorreu num clima bastante confuso e as autoridades tiveram que retirar dezenas de advogados, jornalistas e público em geral reunidos desde o início da manhã na pequena sala do tribunal. "É impossível transcorrer com o processo nesta situação", declarou a juíza para justificar a retirada.


Namrita marcou a próxima audiência para o dia 10 de janeiro. Depois disso, começará o julgamento propriamente dito. A magistrada pediu que a imprensa não publicasse informações sobre caso sem autorização prévia.

Os cinco homens foram responderão por vários crimes, entre eles estupro e assassinato, delito que na Índia pode ser punido com a pena de morte. O sexto suposto responsável pelo ataque, e que seria responsável pelos atos mais graves, tem 17 anos, e por isso será julgado em um tribunal para menores de idade.

A jovem, uma estudante de fisioterapia de 23 anos de idade, foi estuprada e torturada pelo grupo durante 40 minutos, em 16 de dezembro, quando estava em um ônibus em Nova Délhi ao lado de um amigo. Os dois foram depois jogados para fora do veículo sem roupa e feridos.

A menina foi transferida pouco depois da agressão para um hospital de Cingapura, onde morreu há dez dias em função dos ferimentos sofridos.

A defesa dos suspeitos deverá ser feita pelo Estado, pois nenhum advogado se prontificou a representá-los. Ao longo do dia de hoje, foram registrados distúrbios entre alguns advogados sobre esta questão, diante da eventual disposição de alguns profissionais assumirem a defesa dos acusados.

"Será o governo que proporcionará a defesa. Não pode ser um de nós quem irá os defender", disse à Agência Efe um advogado que estava do lado de fora do tribunal.


No mesmo local, um grupo de jovens estudantes protestava contra o crime e pedia punição para os cinco homens. Um deles, Amit Kumar, afirmou que estava ali para "bater nos estupradores" e que não tinha medo da polícia.

O crime provocou uma grande onda de protestos na Índia, onde as mulheres são alvo de graves discriminações apesar de ocuparem cargos de importância nos setores político, acadêmico e judiciário.

Nos últimos dias, diversas personalidades pediram que os acusados fossem levados à forca. As autoridades anunciaram algumas medidas para proteger as mulheres em espaços públicos e estão estudando maneiras de endurecer a lei.

As autoridades também prometeram que o julgamento será realizado de forma rápida, com audiências quase diárias. Durante o processo, está previsto que compareçam 30 testemunhas, incluídos vários dos médicos que atenderam a vítima.

Segundo a imprensa indiana, dois dos acusados pediram ontem para declararem como testemunhas do crime. A pressão popular é tão grande, no entanto, que é difícil que a justiça considere um pedido que poderia diminuir a condenação dos acusados. EFE

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