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Acusado de corrupção, líder de Israel diz que governo é estável

Nesta terça-feira, a Polícia israelense recomendou à Justiça o indiciamento de Netanyahu por corrupção, fraude e abuso de confiança

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Ronen Zvulun/Reuters)

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Ronen Zvulun/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 13h19.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu nesta quarta-feira (14) que a coalizão de governo é "estável", apesar da ameaça de processo por corrupção que pesa contra ele.

"Posso tranquilizá-los: a coalizão é estável, e nem eu nem ninguém temos o projeto de eleições (antecipadas). Vamos continuar trabalhando juntos (...) até o fim do mandato" previsto para 2019, declarou Netanyahu, em um discurso em Tel Aviv.

Na terça-feira (13), a Polícia israelense recomendou à Justiça o indiciamento de Netanyahu por corrupção, fraude e abuso de confiança em dois casos, após dois anos de investigação.

Hoje, um ministro-chave do Executivo de Netanyahu criticou o premiê israelense, mas disse que vai permanecer na coalizão.

"Aceitar, durante um longo período, presentes que representam grandes quantias, é possivelmente não estar à altura" do que se espera de uma pessoa que deve dar o exemplo, alfinetou o ministro da Educação, Naftali Bennet, líder do partido Lar Judeu, um dos pilares da coalizão.

Em um dos processos, Netanyahu é acusado de receber presentes - como charutos caros, dos quais é um grande apreciador - de personalidades endinheiradas, como James Packer, um bilionário australiano, ou Arnon Milchan, produtor de cinema israelense que trabalha em Hollywood.

O valor total desses presentes foi avaliado em milhares de dólares.

A Polícia também considerou que houve corrupção no acordo secreto que Netanyahu teria tentado firmar com o proprietário do "Yediot Aharonot", o mais importante jornal israelense por assinatura, para uma cobertura favorável a seus interesses.

Agora, a decisão de processar o premiê de 68 anos depende do procurador-geral, Avishai Mandelblit, e pode levar semanas, ou meses.

Durante a investigação, Netanyahu não parou de alegar inocência, repetindo sem parar: "Não acontecerá nada, porque não aconteceu nada".

O primeiro-ministro israelense também atacou duramente seu ex-ministro das Finanças Yair Lapid, apresentado como testemunha-chave em um dos casos, pois "prometeu me derrubar a qualquer preço", segundo Netanyahu.

Lapid aparece nas pesquisas como um dos principais adversários de Netanyahu em caso de eleição.

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