Mundo

Acusações de corrupção dominam último debate presidencial no México

López Obrador e os outros dois principais candidatos como Ricardo Anaya e José Antonio Meade trocaram acusações de corrupção no encontro em Mérida

Debate: López Obrador, de 64 anos, lidera as pesquisas com um discurso de combate à corrupção que atingiu os eleitores, cansados dos escândalos do governo do presidente Enrique Peña Nieto (Lorenzo Hernandez/Reuters)

Debate: López Obrador, de 64 anos, lidera as pesquisas com um discurso de combate à corrupção que atingiu os eleitores, cansados dos escândalos do governo do presidente Enrique Peña Nieto (Lorenzo Hernandez/Reuters)

A

AFP

Publicado em 13 de junho de 2018 às 09h42.

Acusações de corrupção entre os candidatos dominaram na terça-feira o último debate da eleição presidencial mexicana. que acontecerá no dia 1 de julho e que tem o esquerdista Andrés Manuel López Obrador como líder nas pesquisas.

López Obrador e os outros dois principais candidatos - Ricardo Anaya, que é apoiado por uma coalizão de direita e esquerda, e o postulante governista José Antonio Meade - trocaram acusações de corrupção no encontro em Mérida, Yucatán.

"Você se tornou o que tanto criticava. Como os do PRI (o partido no governo), já tem suas empreiteiras favoritas", afirmou Anaya a López Obrador, ao acusá-lo de ter assinado contratos sem licitação quando foi prefeito da Cidade do México, entre 2000 e 2005.

"Não faz sentido o que você fala, não sou corrupto. Não sou corrupto como você", respondeu López Obrador a Anaya, que aparece em segundo lugar nas intenções de voto.

López Obrador, de 64 anos, lidera as pesquisas com um discurso de combate à corrupção que atingiu os eleitores, cansados dos escândalos do governo do presidente Enrique Peña Nieto.

O tema se tornou um grande peso para a campanha de Meade, que não conseguiu desvincular-se da impopular figura presidencial.

No debate, Anaya tentou pressionar López Obrador.

"Se te mostrar os contratos, você renuncia à candidatura?", questionou.

Anaya, que segundo os analistas tentaria aproveitar o debate para crescer nas pesquisas, também acusou o governo de orquestrar uma campanha contra ele e ameaçou abrir uma investigação em caso de vitória nas urnas.

"Sou alvo de uma campanha brutal de ataques, mentiras, porque me atrevi a dizer que, quando eu for presidente do México, teremos uma Procuradoria autônoma que investigará o presidente e sua participação nos escândalos do mandato", disse.

"Aqui o único indiciado em um delito é Ricardo", respondeu Meade, em uma referência às acusações de suposta lavagem de dinheiro que afetaram a campanha de Anaya.

"Com tudo que investiram em notícias falsas é melhor que consigam convencer as pessoas, talvez no fim do filme acreditem que você e Peña Nieto são os bons e eu sou o mau. Se não conseguirem convencer, vocês vão enfrentar a justiça", disse Anaya.

Durante o debate, López Obrador mencionou suas vantagens nas pesquisas.

"Que culpa eu tenho se vocês estão empatados lá embaixo e pensam que aqui no debate vão recuperar os 30 pontos que tenho de vantagem? Entendo que estejam desesperados, mas acalmem-se", disse o candidato.

Este foi o último debate antes das eleições de 1 de julho, quando os mexicanos definirão o presidente, o Congresso bicameral e outros 18.000 cargos estaduais e municipais.

 

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoMéxicoPolítica

Mais de Mundo

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história