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Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2011 às 13h40.
Paris - O acordo alcançado em Bruxelas para evitar uma propagação da crise da dívida na Zona Euro e uma eventual participação de Pequim converteram a China em "dona da situação", criticou nesta sexta-feira o candidato socialista à presidência francesa.
"O contato que Nicolas Sarkozy considerou oportuno estabelecer com o presidente chinês (Hu Jintao) um dia após o acordo (em Bruxelas) diz bastante sobre a nova dependência da Zona Euro", declarou ao jornal Le Monde François Hollande, favorito nas pesquisas para as eleições presidenciais francesas previstas para abril e maio de 2012.
"Agora a China é dona da situação de tal modo que a Cúpula do G20 nos dias 3 e 4 de novembro (em Cannes), que deveria ser o momento da verdade para o iuane, será a consagração do império econômico chinês", acrescentou Hollande, eleito no dia 16 de outubro o candidato do Partido Socialista à presidência da França após as inéditas e bem-sucedidas primárias abertas.
Há anos, os ocidentais reprovam a China pelo fato de manter sua moeda, o iuane, desvalorizada para favorecer sua competitividade comercial.
Com estas declarações, Hollande respondia aos comentários feitos na quinta-feira pelo presidente francês durante uma entrevista pela televisão destinada a explicar o plano anticrise adotado em Bruxelas e seu impacto na França.
Embora tenha negado que a China fosse indispensável para salvar a Eurozona, Sarkozy assegurou que também não há motivos para rejeitar o apoio de capitais chineses.
"Se os chineses, que têm 60% das reservas mundiais, querem investir no euro e não no dólar, por que rejeitar isso?", perguntou Sarkozy horas depois de falar por telefone com o presidente chinês para explicar a ele os detalhes do plano de resgate, segundo a presidência francesa.
A esquerda francesa já havia criticado uma eventual ajuda da China ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) porque não se sabe qual será a "contrapartida" do gigante asiático.
O diretor do FEEF, Klaus Regling, estava nesta sexta-feira em Pequim para estabelecer contatos com as autoridades chinesas.
Na mesma entrevista, Hollande indicou que lançará formalmente sua campanha "no início de janeiro".
A seis meses das eleições presidenciais, Sarkozy, que segue com uma popularidade que supera apenas os 30%, afirmou na quinta-feira que será presidente "até o último momento" e que por enquanto seu "trabalho é não pensar na candidatura", que a direita francesa dá por certa.