Presidente do Irã, Hassan Rouhani 15/02/2018 (Danish Siddiqui/Reuters) (Danish Siddiqui/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 8 de maio de 2018 às 15h46.
Última atualização em 9 de maio de 2018 às 09h42.
São Paulo – Minutos depois de o presidente americano, Donald Trump, ter anunciado que os Estados Unidos vão abandonar o acordo nuclear com o Irã, o presidente iraniano Hassan Rohani veio a público acusar o governo americano de não ter cumprido os compromissos assumidos e chamou o episódio de “uma experiência histórica para o país”.
Rouhani disse, ainda, que os iranianos estão prontos para retomar o programa nuclear, mas que estão comprometidos com o acordo, se os seus interesses permanecerem protegidos. Outros países signatários (Alemanha, França, Reino Unido e Rússia) já manifestaram que seguirão vinculados ao documento firmado anteriormente. Os europeus pediram que Trump não adote medidas que possam "obstruir" a implementação das tratativas.
O presidente americano anunciou a sua decisão sobre o pacto internacional que vigora desde 2015 na tarde desta terça-feira. Além de restabelecer as sanções suspensas, Trump disse que irá adotar novas e mais duras medidas contra o regime iraniano e os países que permanecerem ao seu lado, sem deixar claro se isso irá se aplicar aos países envolvidos no acordo (alguns aliados históricos dos EUA). A Turquia já anunciou que não pretende cessar os acordos comerciais com o Irã.
Enquanto Arábia Saudita e Israel celebraram o movimento, aliados europeus lamentaram o anúncio. Emmanuel Macron, presidente da França, disse que o regime atual de não-proliferação nuclear está em risco.
France, Germany, and the UK regret the U.S. decision to leave the JCPOA. The nuclear non-proliferation regime is at stake.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) May 8, 2018