Rodada de negociações terminará hoje em Nova York e, após uma semana de intervalo, os delegados voltarão a se reunir na próxima semana em Viena (Joe Klamar/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2015 às 14h38.
Teerã - O texto do acordo nuclear negociado por Irã e o Grupo 5+1 (EUA, China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha) avança de forma "lenta", mas "contínua", e ainda há assuntos importantes a serem resolvidos, informaram negociadores iranianos nesta terça-feira.
Em declarações feitas em Nova York à agência iraniana "Mehr", o alto negociador iraniano e vice-ministro de Relações Exteriores, Seyed Abbas Araghchi, definiu como "lento, mas contínuo" o processo - que começou na semana passada - de redação do acordo definitivo entre as partes para encerrar os 12 anos de conflito em torno do programa nuclear iraniano.
Esta rodada de negociações terminará hoje em Nova York e, após uma semana de intervalo, os delegados de ambas as partes voltarão a se reunir na próxima semana em Viena com o objetivo de ter um texto definitivo até o dia 30 de junho, data estabelecida como limite para chegar a um acordo.
No dia 2 de abril, o Irã e o Grupo 5+1 anunciaram que tinham chegado a um princípio de acordo para assegurar que o programa nuclear iraniano não perca o foco de seus fins pacíficos em troca do fim das sanções que afetam a economia do país.
Abbas Aragchi declarou que o Irã via como "nada extraordinário" e algo muito longe de ser uma "concessão" o fato de o acordo incluir a presença permanente de inspetores internacionais nas instalações nucleares iranianas.
"Os países que se unem ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNPN) e têm energia nuclear pacífica aceitam as inspeções da Agência Internacional da Energia Atômica", disse Abbas Aragchi.
O representante iraniano confirmou as palavras do secretário de Estado americano, John Kerry, que em entrevista a uma televisão iraniana indicou que "haverá inspetores no Irã todos os dias".
Abbas Aragchi também mencionou a possibilidade de o Irã adotar o protocolo adicional do TNPN como uma das partes do acordo, algo que também considerou "pouco extraordinário, já que outros cem países já o aplicam". Segundo ele, desde que a Assembleia Consultiva Islâmica (o parlamento iraniano) aprove o acordo, não haverá problemas.
"O Irã está se propõe a cumprir todas estas medidas para construir confiança entre as partes", comentou o diplomata. EFE