O presidente americano, Barack Obama: Obama admitiu que apesar do acordo, os EUA continuam a ter "profundas diferenças" com o Irã (Yuri Gripas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2015 às 16h28.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira que o recém-selado acordo sobre o programa nuclear do Irã não representa uma normalização das relações entre os dois países, embora possa abrir a porta para "um mundo mais seguro".
Em entrevista coletiva na Casa Branca, Obama admitiu que apesar do acordo, os EUA continuam a ter "profundas diferenças" com o Irã.
"Podemos continuar tendo conversas com o Irã que o incentive a se portar de um modo diferente na região, a ser menos hostil e mais cooperativo, mas não contamos com isso", afirmou o presidente americano.
"Este acordo não contempla uma mudança no comportamento do Irã, ao contrário da situação com Cuba, não estamos normalizando relações diplomáticas com eles", acrescentou.
Durante seu pronunciamento, Obama insistiu que o objetivo "número um" do acordo alcançado entre as potências do Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia, mais a Alemanha) foi possível plenamente - o de evitar que o Irã desenvolva uma arma nuclear.
"Temos uma oportunidade histórica para um mundo mais seguro", frisou Obama.
"Com este acordo, temos a possibilidade de resolver pacificamente uma enorme ameaça à segurança regional e internacional (...) Sem um acordo, nos arriscamos a ainda mais guerras no Oriente Médio e outros países na região se sentiriam forçados a buscar seus próprios programas nucleares, ameaçando gerar uma corrida de armas nucleares na região mais volátil do mundo", argumentou.
No entanto, Obama reconheceu que o Irã ainda representa "vários desafios" para os Estados Unidos e para a comunidade internacional, como seu apoio a organizações terroristas, mas ponderou que esses assuntos devem ser encarados independentemente do acordo anunciado ontem.
"Não é porque este acordo não resolverá todos os problemas que deve ser repelido, não faz sentido, não tem lógica. Porque ele cumpre nossa primeira prioridade", reiterou.