Vacina: espera-se alcançar esse objetivo em dezembro de 2017, disse em entrevista coletiva o diretor-executivo da GAVI (AFP/ Cellou Binani)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 09h24.
Davos - GAVI, uma aliança público-privada que favorece o acesso às vacinas, e uma subsidiária da farmacêutica Merck anunciaram nesta quarta-feira um acordo que permitirá contar, a partir de maio, com uma reserva de 300 mil vacinas em caso de novo surto de ebola.
Ambas as partes buscam acelerar o procedimento de autorização para a comercialização da vacina, que no caso de qualquer produto farmacêutico requer vários anos.
A GAVI fornecerá US$ 5 milhões para continuar com o desenvolvimento desta vacina experimental, que foi utilizada em testes clínicos durante a epidemia de ebola que terminou recentemente na África Ocidental, depois de ter se propagado pela Guiné, Libéria e Serra Leoa durante dois anos.
O compromisso permitirá contar com as 300 mil doses enquanto há avanços nos estudos que ainda são necessários para obter a autorização definitiva das autoridades de regulação sanitária do mundo.
Espera-se alcançar esse objetivo em dezembro de 2017, disse em entrevista coletiva o diretor-executivo da GAVI, Seth Berkley.
Os testes clínicos maciços com esta vacina foram realizados principalmente na Guiné e contaram com a autorização prévia da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cerca de 4 mil pessoas foram vacinadas na situação de emergência pela epidemia de ebola, o que permitiu comprovar que a vacina era não só eficaz, mas segura para o ser humano.
Testes mais restringidos foram realizados em Serra Leoa e Libéria, assim como em outros países do mundo que não foram afetados pela epidemia, com grupos de voluntários.
Os estudos indicaram que a eficácia da vacina fica entre 90% e 100%.
"Se surgir um novo surto, o mundo estará preparado porque haverá uma vacina", declarou à Agência Efe o diretor da organização civil Wellcome Truste, que participou do acordo.
A última epidemia de ebola foi responsável nos três países contaminados um total de 28,6 mil casos e a morte de 11,3 mil pessoas, dos quais vários centenas foram médicos, enfermeiras e pessoal sanitário auxiliar.
Por esta razão, os vacinados durante a epidemia foram prioritariamente o pessoal da área de saúde e o círculo mais próximo dos infectados.