Bashar al-Assad concede entrevista: em agosto de 2011, Obama pediu que Assad entregasse o poder, depois da repressão armada por parte das forças de segurança sírias (Joseph Eid/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 20h34.
Washington - O acordo do ano passado para eliminar as armas químicas da Síria deixou o presidente Bashar al-Assad em uma posição de força, e parece haver pouca chance de que os rebeldes consigam em breve tirá-lo do poder, disse o chefe de inteligência dos EUA ao Congresso do país nesta terça-feira.
"As perspectivas imediatas são de que (Assad) esteja de fato em uma posição mais forte do que quando discutimos isto no ano passado, como resultado de sua anuência para a remoção das armas químicas, mesmo que esse processo esteja sendo lento", disse o diretor da inteligência nacional, James Clapper.
Nas declarações feitas em uma audiência do comitê de inteligência da Câmara dos Deputados, Clapper não especificou por que o acordo firmado em setembro sobre as armas químicas melhorou a situação de Assad.
Mas antes desse pacto, delineado pelos Estados Unidos e Rússia, o governo do presidente Barack Obama parecia estar às vésperas de lançar bombardeios contra a Síria em retaliação por um ataque com gás nos subúrbios de Damasco, no qual morreram centenas de pessoas.
Em agosto de 2011, Obama pediu que Assad entregasse o poder, depois da repressão armada por parte das forças de segurança sírias contra protestos antigovernamentais.
Clapper disse que o governo de Assad provavelmente vai permanecer no poder, na ausência de um acordo diplomático para a formação de um governo de transição, algo que analistas consideram muito distante.
"Eu prevejo algo como mais do mesmo, algo como um perpétuo estado de impasse onde... nem o regime nem a oposição podem prevalecer", afirmou ele ao comitê de inteligência.
Ao lhe perguntarem sobre o depoimento de Claper, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse que o governo dos EUA tem sido "muito claro e consistente" ao reconhecer que Assad vem sendo ajudado por um influxo de combatentes estrangeiros e apoio do Irã.
Mas, segundo ela, as conversações de paz iniciadas na Suíça no mês passado aumentaram a pressão sobre o governo sírio.