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Acordo da dívida dos EUA não tranquiliza China, principal credor

Jornal oficial do Partido Comunista acredita que resolução foi apenas de curto prazo e teme pelo futuro da economia americana

A China tem US$ 1,16 trilhão em bônus americanos (Feng Li/Getty Images)

A China tem US$ 1,16 trilhão em bônus americanos (Feng Li/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2011 às 06h24.

Pequim - A China, principal credor dos Estados Unidos, vê o acordo de última hora alcançado no Congresso americano para evitar a moratória como uma solução a curto prazo, mas desconfia do futuro de sua economia, segundo publicou nesta terça-feira o oficial "Diário do Povo".

"Embora os Estados Unidos tenham evitado a moratória, os problemas de sua dívida soberana seguem sem ser resolvidos, já que só foram adiados para depois", disse o diário porta-voz do Partido Comunista da China em um editorial.

O jornal também assinalou que o problema do endividamento "gerou uma nuvem de incerteza sobre a recuperação da economia americana e aumentou os riscos enfrentados pelo sistema econômico mundial".

A empresa de classificação de riscos Standard & Poor's advertiu que pode rebaixar a qualificação da dívida dos EUA mesmo com o acordo, o que afetaria a China, principal compradora de bônus americanos, com um total de US$ 1,16 trilhão.

"Não se pode descartar a possibilidade de uma baixa na qualificação da dívida se Washington não alcançar um equilíbrio a longo prazo para seu endividamento", disse Chen Daofu, diretor do Centro de Pesquisas Políticas do Conselho de Estado da China, em declarações ao oficial "China Daily".

A instabilidade que a questão da dívida pode gerar no dólar também é vista com preocupação na China, já que esta moeda representa 70% de seus 3,2 trilhões de reservas de divisas.

Chen advertiu que buscar alternativas de investimento para as reservas chinesas e mudar a composição destas "é um desafio crucial para os conselheiros políticos em Pequim", embora para o "Diário do Povo" o dólar "continue sendo uma moeda firme que todos os países devem aceitar, embora não queiram".

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