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Acordo com Irã pode causar guerras por procuração, diz UE

Segundo a União Europeia, um acordo nuclear com o Irã pode desencadear guerras por procuração no Oriente Médio em um momento de conflito entre sunitas e xiitas


	Bandeiras da União Europeia: seis grandes potências estão tentando firmar um acordo preliminar nuclear com o Irã
 (Emmanuel Dunand/AFP)

Bandeiras da União Europeia: seis grandes potências estão tentando firmar um acordo preliminar nuclear com o Irã (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2015 às 17h06.

Bruxelas - Um acordo nuclear com o Irã pode desencadear guerras por procuração no Oriente Médio no momento em que muçulmanos sunitas tentam refrear um Irã xiita cada vez mais rico e poderoso, disse o coordenador de contraterrorismo da União Europeia nesta segunda-feira.

Gilles de Kerchove declarou ao Parlamento Europeu que uma causa importante do terrorismo é "esta guerra por procuração do mundo sunita, que parece um pouco na defensiva por causa da ascensão do Irã".

Indagado se um pacto para deter as ambições nucleares de Teerã, cuja negociação está em andamento na Suíça, teria algum impacto, ele respondeu: “Sim, claro, porque o Irã terá ainda mais dinheiro”.

“É um país sofisticado, com uma visão, mais e mais poderoso no Oriente Médio, e, portanto, do lado sunita, alguns podem se sentir tentados a apoiar grupos extremistas para que lutem contra o Irã por procuração”, declarou.

Seis grandes potências estão tentando firmar um acordo preliminar com o Irã para impedir o país de desenvolver a capacidade de obter uma bomba nuclear, em troca do alívio das sanções que prejudicam sua economia.

A Arábia Saudita, de maioria sunita, está liderando ataques aéreos no Iêmen para tentar frear os avanços dos combatentes houthis, aliados xiitas de Teerã, a frente de batalha mais recente de seu conflito com o Irã pelo poder na região.

Sua luta por procuração também transcorre na Síria, onde Teerã apoia o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, contra os rebeldes majoritariamente sunitas, e no Iraque, onde milícias xiitas com respaldo do Irã desempenham um papel crucial.

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