Nas últimas horas, foram divulgados detalhes sobre a colisão e a atuação do comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino (Vincenzo Pinto/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2012 às 08h18.
Roma - Os especialistas da Marinha Militar italiana conseguiram neste sábado, mediante o uso de cargas explosivas, abrir novas vias de acesso ao interior da cabine 5 do navio de cruzeiro Costa Concordia, que naufragou no último dia 13 no Mar Mediterrâneo.
Essas novas aberturas na estrutura do navio ajudarão o trabalho dos mergulhadores que inspecionam uma área determinada da embarcação, onde, segundo testemunhos de sobreviventes, havia numerosos passageiros no momento da evacuação, informa a imprensa italiana.
A ação retoma as buscas dos 21 desaparecidos, interrompidas durante a maior parte do dia nesta sexta-feira devido a um novo movimento do navio.
Nas últimas horas, foram divulgados detalhes sobre a colisão e a atuação do comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, que se encontra sob prisão domiciliar, acusado de homicídio culposo, abandono de navio e naufrágio.
Seu advogado, Bruno Leporatti, disse que Schettino avisou sobre o acidente à companhia Costa Cruzeiros, proprietária da embarcação, imediatamente após o impacto contra as rochas.
Fontes da defesa acrescentaram que foram várias as conversas mantidas por Schettino com a companhia nos instantes posteriores à colisão, que deixou pelo menos 11 mortos.
No entanto, em declarações à emissora pública italiana 'RAI', o presidente da Costa Cruzeiros, Pierluigi Foschi, afirmou que o capitão do navio não lhes disse a verdade sobre o que estava ocorrendo e sobre a gravidade da situação.
Para comprovar a veracidade do testemunho de Schettino, os especialistas confiam na caixa-preta do Costa Concordia, já recuperada pelos mergulhadores, pois nela poderiam estar registradas as conversas mantidas pelo capitão na cabine de comando.