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Acidente nuclear no Japão pode ter causado dano mais intenso

Estudo mostra que o acidente de março deste ano lançou na atmosfera o dobro de substâncias radioativas do que foi divulgado oficialmente pelas autoridades japonesas

Usina nuclear no Japão: o autor do estudo disse que os cálculos das autoridades do Japão desconsideraram as emissões que afetaram o mar (Tepco/AFP)

Usina nuclear no Japão: o autor do estudo disse que os cálculos das autoridades do Japão desconsideraram as emissões que afetaram o mar (Tepco/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 12h59.

Brasília – Estudo mostra que os acidentes nucleares no Japão, em março deste ano, lançaram na atmosfera o dobro de substâncias radioativas do que foi divulgado oficialmente pelas autoridades japonesas. Por esse estudo, a elevação equivale a 40% do total emitido no acidente de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. As explosões e os vazamentos na Usina de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, foram provocados pela sequência de tremores de terra seguido por um tsunami.

O autor do estudo, Andreas Stohl, do Instituto Norueguês de Pesquisa Aérea, disse que os cálculos das autoridades do Japão desconsideraram as emissões que afetaram o mar. Segundo ele, a estimativa sobre os níveis da substância radioativa césio 137 se baseiam na análise de uma rede mundial de sensores.

Pelo estudo, os efeitos a longo prazo dos acidentes nucleares de Fukushima não podem ser avaliados como um todo por causa da dificuldade de medir a radiação recebida ou absorvida pelas pessoas. Segundo Stohl, as estimativas em termos da emissão de radiação são imprecisas.

O jornal científico Atmospheric Chemistry and Physics publicou o estudo, que aguarda mais observações para ser considerado oficial. Os acidentes radioativos no Japão, ocorridos há sete meses, provocaram uma reação entre os especialistas mundiais em busca da ampliação do sistema de segurança para o setor.

No Japão, os vazamentos e as explosões de Fukushima fizeram com que as autoridades determinassem a retirada dos moradores das cidades vizinhas à usina. Muitos ainda estão em abrigos provisórios aguardando autorização para o retorno. Produtos e mercadorias da Região Nordeste do país foram proibidos para a venda e consumo na tentativa de evitar riscos de contaminação.

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