Embora por enquanto se desconheçam as causas da tragédia, fontes da investigação disseram à Agência Efe que uma das primeiras hipóteses era o excesso de velocidade (Oscar Corral/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2013 às 09h57.
Santiago de Compostela (Espanha) - Pelo menos 60 pessoas morreram e outras 110 ficaram feridas nesta quarta-feira devido ao descarrilamento de um trem da Renfe com 220 passageiros que passava por Santiago de Compostela, no noroeste da Espanha.
O acidente, o primeiro registrado em uma linha da rede de alta velocidade no país, aconteceu pouco antes das 21h (16h de Brasília) quando o trem Alvia, que cumpria a rota Madri-Ferrol, descarrilou em uma curva nas imediações da estação de Santiago.
As autoridades desta cidade da Galícia que amanhã celebra a festividade de seu santo padroeiro e que atrai nestes dias vários visitantes e peregrinos, suspenderam todas as comemorações em sinal de luto.
Embora por enquanto se desconheçam as causas da tragédia, fontes da investigação disseram à Agência Efe que uma das primeiras hipóteses era o excesso de velocidade.
O Ministério do Interior descartou a possibilidade de um atentado, e o delegado do Governo na Galícia, Samuel Juárez, disse no local do acidente que não tinha indício algum de que tenha havido "uma causa externa".
Testemunhas contaram à Efe que o comboio se dividiu em dois, e a locomotiva e os quatro primeiros vagões descarrilaram, outro voou sobre um aterro até cair muito perto de casas, e o resto tombou.
Moradores da região afirmaram que o trem estava em uma "velocidade normal" para entrar na estação e que chegaram a escutar um barulho, prévio ao descarrilamento, e em seguida uma grande fumaça.
O delegado do Governo na Galícia, Samuel Juárez, disse que pelo menos 60 pessoas morreram no acidente e já foram identificadas, mas advertiu que o número de vítimas pode aumentar.
Este acidente ferroviário já é o terceiro mais grave da história da Espanha, depois do ocorrido em 1944 perto da estação de Torre del Bierzo, no qual pode ter havido 500 mortes - embora a censura oficial tenha informado 78 -, e o da linha Cádiz-Sevilla em 1972, com 77 mortos.
Além disso, este é o acidente mais grave do tipo neste ano no mundo, superando em número de vítimas o do trem que transportava petróleo e no dia 6 de julho explodiu em Lac-Megantic (Canadá), matando 47 pessoas.
O trem acidentado hoje é um Alvia, que circula pelas mesmas vias que os da rede de alta velocidade na Espanha, embora sua velocidade seja inferior aos trens-bala "AVE".
Os hospitais da região reforçaram os serviços de urgência para atender os feridos, e o governo da Galícia fez um apelo para solicitar ao público doações de sangue.
Segundo informou a Rede Espanhola de Ferrovias (Renfe) em nota oficial, no trem viajavam 247 viajantes, além da tripulação.
Fontes do governo informaram que o presidente do país, Mariano Rajoy, está em permanente contato com a ministra de Fomento, Ana Pastor, que foi até o local do acidente.
Além disso, segundo fontes da Casa Real, o rei Juan Carlos conversou por telefone com as autoridades assim que teve conhecimento da tragédia.
O governo de Portugal ofereceu às autoridades espanholas ajuda e cooperação ao país vizinho.