Local: bloqueio alimenta as dúvidas sobre o efeito real da bomba (U.S. Department of Defense/Handout/Reuters)
AFP
Publicado em 19 de abril de 2017 às 13h18.
Última atualização em 19 de abril de 2017 às 13h19.
As forças militares prosseguiam nesta quarta-feira com o bloqueio à zona do distrito afegão de Achin, onde há seis dias as tropas dos Estados Unidos lançaram uma megabomba contra um reduto do grupo Estado Islâmico (EI).
De acordo com as forças americanas presentes no país sob mandato da ONU, as tropas estão realizando "avaliações" na área em que caiu a bomba GBU-43, chamada de "Mãe de Todas as Bombas", a mais potente do arsenal convencional de Washington.
A imprensa não tem acesso ao local do impacto, o que alimenta as dúvidas sobre o efeito real da bomba, que de acordo com o balanço oficial matou 96 extremistas, mas não provocou nenhuma vítima civil.
A população e as forças afegãs também estão proibidas de entrar na área, vigiada pelas tropas americanas.
Ahmad Khan, morador de Achin que fugiu da região com sua família em direção a Jalalabad, a capital da província, antes da queda da bomba explicou à AFP que não tem notícias de seus parentes.
"Ninguém pode entrar, bloquearam totalmente o acesso. Não sei se minha casa foi destruída. Eles não mostraram nenhum corpo a ninguém", disse.
Segundo o general da reserva e analista militar Atiqullah Amarjail, o exército americano provavelmente precisa de tempo para analisar o impacto e recolher os destroços da bomba, que tem seis metros de comprimento e uma carga de nove toneladas de explosivos.
"Não é uma bomba qualquer. Tem explosivos especiais, que foram usados pela primeira vez em uma zona montanhosa. Acredito que os especialistas americanos estão trabalhando no local para avaliar os efeitos e o impacto", disse à AFP.
O bombardeio foi precedido por intensos combates que deixaram um soldado americano morto.