Ministro de Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni: "responder ao terrorismo implica inevitavelmente em consequências militares" (REUTERS/Anis Mili/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2015 às 08h46.
Roma - A ação militar é inevitável no combate ao "terrorismo" e mais deve ser feito para deter a perseguição religiosa, afirmou o ministro de Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni.
Em uma entrevista com declarações fortes ao jornal italiano Corriere della Sera, publicada nesta terça-feira, Gentiloni afirmou que a Europa tem ignorado por muito tempo os perigos enfrentados em outras partes do mundo e disse ser necessário fazer mais.
"Responder ao terrorismo implica inevitavelmente em consequências militares. Isso pode chocar algumas pessoas, mas estes grupos também devem lidar com uma abordagem militar. Eu não vou usar a palavra 'combate' para evitar de ser retratado como um combatente das Cruzadas", disse Gentiloni.
O ministro acrescentou que forças italianas estão comprometidas para treinar forças locais na Somália que combatem militantes do Al Shabaab, grupo ligado à rede Al Qaeda, que atacaram cristãos na quinta-feira em uma universidade do Quênia e mataram cerca de 150 pessoas.
A incursão do Estado Islâmico no norte da África vem alarmando a Itália.
O fato de que estes grupos estão atacando cristãos traz a necessidade de ajudar mesmo mais perto de casa, disse Gentiloni, "porque isso afeta nossa identidade e nossas raízes".
"Durante anos a Europa tem mantido um mau hábito, uma mistura de egoísmo e covardia... quando algo acontece além do nosso pequeno velho mundo", disse.
O chanceler afirmou que é importante que na Itália, que abriga o Estado papal do Vaticano, se protejam locais cristãos e comunidades de minorias religiosas, como judeus, que podem se tornar alvos.