Mundo

Ação climática deve ser prioridade número 1, revela pesquisa da YouGov

Para países desenvolvidos afetados por fenômenos meteorológicos extremos, os impactos do aquecimento global representam um problema mais urgente do que a inflação, a crise energética ou a ameaça nuclear

Inundações nas seções baixas do atol de Majuro, nas Ilhas Marshall, em 6 de dezembro de 2021 (AFP/AFP Photo)

Inundações nas seções baixas do atol de Majuro, nas Ilhas Marshall, em 6 de dezembro de 2021 (AFP/AFP Photo)

A

AFP

Publicado em 17 de novembro de 2022 às 16h21.

Última atualização em 17 de novembro de 2022 às 17h41.

A ação contra os impactos do aquecimento global deve ser a maior prioridade dos Estados, à frente da inflação, da crise energética, ou mesmo da ameaça nuclear russa – revela uma pesquisa feita pela YouGov em cinco países europeus e nos Estados Unidos, publicada com exclusividade pela AFP. 

Mais da metade dos entrevistados – entre 1.000 e 2.000 em cada país – pede que a questão climática se torne uma "prioridade", qualquer que seja a situação econômica mundial, contra apenas 30% que querem que ela seja "deixada em suspenso", enquanto os outros problemas são resolvidos.

A pesquisa, no entanto, mostra atitudes radicalmente diferentes dependendo da situação de cada país.

Os países desenvolvidos afetados por eventos meteorológicos extremos, intensificados pela mudança climática, veem o problema como mais urgente.

Mais de 60% das pessoas entrevistadas na França, Espanha e Itália estimam que combater a mudança climática deveria estar no topo das prioridades, em comparação com 40% na Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.

A Alemanha e o Reino Unido passaram por eventos climáticos extremos, como furacões e ondas de calor.

Mas a bacia do Mediterrâneo, um dos lugares mais vulneráveis do planeta segundo a ONU, sofre muito mais rapidamente com secas, ondas de calor e incêndios florestais, fenômenos que se multiplicarão nos próximos anos.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia

Países seguros e países em perigo

Entre 48% e 58% das pessoas entrevistadas na Espanha, Itália e França afirmam ter sofrido com esse tipo de fenômenos, em comparação com 44% no Reino Unido, 38% nos Estados Unidos e 36% na Alemanha.

Em todos esses países, o número de pessoas que estimam que a mudança climática “terá um grande impacto” no planeta - mais do que em suas próprias vidas - é duas a três vezes maior do que no restante dos países.

Uma diferença que parece demonstrar até que ponto os habitantes dos países ricos estão, atualmente, em uma situação mais favorável em relação às mudanças climáticas.

Por sua parte, os americanos se destacam pelo ceticismo em relação a reportagens que apontam para o impacto das mudanças climáticas, resultado paralelo a pesquisas que mostram o baixo grau de valorização da imprensa.

Não fazem o suficiente

Ao mesmo tempo, todos os entrevistados acreditam que os líderes mundiais não fazem o suficiente para lidar com os impactos da mudança climática.

Cerca de 40% estima que as políticas governamentais para reduzir as emissões de carbono teriam um "impacto positivo" a longo prazo, e 14% acredita nesse impacto no curto prazo.

Um total de 90% dos entrevistados acredita que o clima está mudando, mas dois terços reconhecem que seus respectivos Estados não estão “dispostos a tomar as medidas necessárias” para deter o fenômeno. Além disso, consideram o preço a ser pago "inaceitável".

"Os políticos não parecem estar à altura" das preocupações dos cidadãos, comentou Amiera Sawas, diretora de programas e pesquisa do Climate Outreach no Reino Unido.

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME por menos de R$ 11/mês

Acompanhe tudo sobre:Aquecimento globalClimaJBSMudanças climáticasNetZero

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde