Petro Poroshenko, magnata do chocolate na Ucrânia (www.securityconference.de/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2014 às 12h12.
Kiev - Acabar com a corrupção é vital para qualquer nova liderança, disse o candidato à presidência da Ucrânia Petro Poroshenko, alertando que o fracasso nesse sentido vai irritar uma população "renovada" e com grandes expectativas de uma mudança real, após meses de turbulência.
Poroshenko, um bilionário do ramo de confeitaria, é um dos dois principais candidatos à eleição de 25 de maio. Para ele, os ucranianos conquistaram o direito de um caminho para a adesão à União Europeia, depois da revolta que derrubou o presidente Viktor Yanukovich.
Mas, em entrevista à Reuters, ele também disse que não vai tentar uma união com a OTAN -Organização do Tratado do Atlântico Norte-, um movimento que, segundo Poroshenko, poderia dividir o país enquanto as tropas russas estão reunidas na sua fronteira.
Depois da saída de Yanukovich, da morte de mais de 100 manifestantes e do tomada da Crimeia pela Rússia, o povo vai exigir dos futuros líderes uma mudança radical, afastando-se da corrupção e negligência do passado, disse Poroshenko, de 48 anos.
"Um novo país e um novo povo nasceram", disse à Reuters de forma enfática, dando um soco na mesa.
"Se o presidente, o governo e o Parlamento não demonstrarem um estilo diferente, e mostrarem que vivemos em condições diferentes, o povo depois de seis ou nove meses vai dizer 'OK' e retirar o seu apoio", disse.
"Eles (os futuros líderes) precisam saber por que 104 pessoas deram suas vidas." A eleição de 25 de maio será o primeiro passo da liderança provisória para colocar a Ucrânia de pé novamente, após quatro meses de turbulência e confronto com a Rússia que traumatizaram o país e destacaram antigas divisões entre o leste e o oeste.
Poroshenko, conhecido como o "Rei do Chocolate" devido à rede de confeitarias com a qual ele fez fortuna, é um político experiente, que ocupou uma variedade de cargos, incluindo posto mais alto do Ministério da Economia e do Ministério das Relações Exteriores, tanto sob administrações pró-Ocidente quanto nas apoiadas pela Rússia.
Ele vai enfrentar a extravagante ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que tem um núcleo forte de seguidores, mas pode ser prejudicada se seus muitos inimigos se unirem a Poroshenko.