Fort Kent - O período de 21 dias de incubação do vírus ebola acabou e, por isso, a enfermeira norte-americana que desafiou a quarenta imposta aos profissionais de saúde nos Estados Unidos e deu um passeio de bicicleta com o namorado está livre para começar um novo capítulo na sua vida.
Kaci Hickox e o seu parceiro se mudaram de Fort Kent, no sul do Estado de Maine, próximo à fronteira com o Canadá. Ela disse que, por ora, passará uma temporada em Freeport enquanto decide seus próximos passos.
A decisão aconteceu depois que o namorado da enfermeira, Ted Wildbur, deixou a Universidade de Maine em Forte Kent.
Os dois são críticos da direção da instituição e a acusam de obrigá-los a ficar longe do câmpus onde Wildbur estudava enfermagem.
Kaci atuou como voluntária da organização Médicos sem Fronteiras em Serra Leoa e, segundo autoridades norte-americanas, deveria se manter isolada durante o período de incubação do vírus, embora o resultado tivesse dado negativo para Ebola.
Ela desrespeitou o isolamento no dia 30 de outubro para dar uma volta de bicicleta.
Funcionários do estado foram à corte para fazê-la respeitar a medida.
Durante o passeio com Wildbur, a enfermeira foi acompanhada pela polícia estadual, que monitorou seus movimentos e interações com outras pessoas.
A polícia não pode detê-la sem uma ordem judicial. Foi a segunda vez que ela desrespeitou a recomendação de se manter em quarentena.
Na noite de 29 de outubro, Kaci conversou com repórteres e apertou a mão de quem a cumprimentou.
"Eu não estou disposta a ficar aqui e deixar meus direitos civis serem violados quando não há base científica", afirmou a enfermeira.
Kaci alegou que não precisava ficar isolada, pois não apresentava sintomas e teve diagnóstico negativo para a doença.
Ela foi a primeira pessoa forçada a ficar em quarentena obrigatória exigida por Nova Jersey a passageiros que chegaram ao Aeroporto de Newark e tiveram como partida Guiné, Serra Leoa e Libéria - países da África Ocidental.
Fonte: Associated Press.
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1. Milhares de vítimas
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1/15 (John Moore/Getty Images)
O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
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2. Mohammed Wah, 23
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2/15 (John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
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3. Varney Taylor, 26
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3/15 (John Moore/Getty Images)
Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
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4. Benetha Coleman, 24
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4/15 (John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
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5. Victoria Masah, 28
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5/15 (John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
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6. Eric Forkpa, 23
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6/15 (John Moore/Getty Images)
O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
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7. Emanuel Jolo, 19
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7/15 (John Moore/Getty Images)
O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
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8. James Mulbah, 2
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8/15 (John Moore/Getty Images)
O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
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9. John Massani, 27
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9/15 (John Moore/Getty Images)
Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
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10. Mohammed Bah, 39
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10/15 (John Moore/Getty Images)
Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
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11. Vavila Godoa, 43
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11/15 (John Moore/Getty Images)
O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
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12. Ami Subah, 39
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12/15 (John Moore/Getty Images)
Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
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13. Peters Roberts, 22
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13/15 (John Moore/Getty Images)
O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
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14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34
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14/15 (John Moore/Getty Images)
Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
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15. Moses Lansanah, 30
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15/15 (John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.