Shinzo Abe: o primeiro-ministro do Japão garantiu que seu país "não fechará a janela do diálogo" com o regime de Kim Jong-un (Toru Hanai/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 07h29.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta terça-feira que estuda endurecer suas sanções unilaterais à Coreia do Norte após o teste nuclear de quarta-feira passada, embora prosseguirá com as negociações com Pyongyang em torno dos sequestrados japoneses.
Durante um discurso parlamentar, Abe anunciou que o Japão responderá ao teste atômico da Coreia do Norte sob o princípio de "ação por ação" e que alternará "pressão e diálogo" nas relações com Pyongyang.
Concretamente, o primeiro-ministro do Japão garantiu que seu país "não fechará a janela do diálogo" com o regime de Kim Jong-un sobre os japoneses raptados entre 1977 e 1983 por Pyongyang para dividir lições de cultura e idioma em seus programas de adestramento de espiões.
Nesse sentido, Abe disse que os parentes das 17 vítimas desejam que o governo japonês prossiga com as negociações para o retorno dos sequestrados que permanecem na Coreia do Norte.
Desde 2006 o Japão mantém sanções unilaterais quanto aos deslocamentos e com relação ao envio de remessas entre ambos países, medidas que foram parcialmente derrogadas em 2014 após o início do regime de Kim Jong-un uma investigação em torno do sequestro dos cidadãos japoneses.
Além das sanções unilaterais contra Pyongyang, Abe garantiu que pedirá "medidas efetivas" contra a Coreia do Norte na próxima reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde será debatido se haverá sanções adicionais às que estão vigentes desde há uma década.
Por outro lado, representantes das Relações Exteriores do Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul se reunirão no sábado em Tóquio para coordenar uma resposta dos três países ao teste atômico norte-coreano da semana passada.
Uma das primeiras medidas consequência do teste nuclear foi o desdobramento ontem de um bombardeiro americano equipado com mísseis nucleares e projéteis a cerca de 20 quilômetros a capital sul-coreana.