Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe (c): acredita-se que vaze de Fukushima diariamente cerca de 300 toneladas de líquido radioativo (Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 08h35.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitou nesta quinta-feira a usina nuclear de Fukushima e pediu à empresa operadora Tokyo Electric Power (Tepco) que fixe um prazo para conseguir controlar os vazamentos de água contaminada da central.
Acredita-se que vaze de Fukushima diariamente cerca de 300 toneladas de líquido radioativo ao oceano Pacífico devido ao acúmulo de água contaminada nos edifícios dos reatores.
O acúmulo é a soma do líquido do sistema de refrigeração dos reatores, que vaza para os porões dos edifícios, onde também penetram os leitos naturais de água subterrânea que circulam em torno da central, atingida pelo terremoto e o posterior tsunami de 11 de março de 2011.
Além disso, em agosto 300 toneladas de água tóxica vazaram de um tanque para armazenar líquido utilizado para esfriar as unidades de fusão nuclear.
Vestindo um traje antiradiação, Abe visitou Fukushima acompanhado de Naomi Hirose, presidente da Tepco, e do diretor da companhia, Akira Ono.
Na usina, Ono disse que a Tepco irá substituir os cerca 350 tanques fabricados rapidamente após o acidente nuclear de 2011 com material mais econômico por modelos mais seguros.
O primeiro-ministro fez três solicitações durante sua visita: um prazo para solucionar o problema dos vazamentos, ampliação da verba destinada para emergências e desmantelar o mais rápido possível os reatores cinco e seis (que não ficaram afetados pelo tsunami).
Abe disse que o presidente da operadora explicou que a companhia irá dispor de um trilhão de ienes (US$ 7,461 bilhões) adicionais (além de outro trilhão de ienes que já possui para emergências).
Hirose também afirmou ao primeiro-ministro que a companhia decidirá no final deste ano se desmantela em breve as unidades cinco e seis.
Ao concluir a visita, Abe defendeu a postura que sustentou perante o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 7 de setembro em Buenos Aires, quando o organismo elegeu Tóquio para sediar os Jogos de 2020.
Na capital argentina, o chefe de governo japonês explicou que a situação na usina, situada a cerca de 220 quilômetros ao nordeste da capital, está controlada e que não afetará Tóquio de nenhuma maneira.
Hoje, Aber afirmou que um dos "principais objetivos da visita era ver por mim mesmo a central após ter feito os comentários sobre como se manejou a água contaminada".
"Estou convencido de que os vazamentos de água radioativa foram contidos em uma área de 0,3 quilômetros quadrados dentro do píer da usina, como disse em Buenos Aires", acrescentou.
O primeiro-ministro também agradeceu aos 3.500 técnicos que trabalham para solucionar a crise na central por seu esforço.
"O futuro do Japão está sobre seus ombros. O governo dará um passo adiante e tomará medidas concretas, portanto conto com vocês", disse o primeiro-ministro.