Mundo

A um ano das eleições nos EUA, cenário está polarizado

Em 2012, Obama e seu adversário republicano terão ainda de lidar com a maciça presença de protestos organizados por movimentos que nenhum dos dois lados pode controlar

Barack Obama: analistas observam que esta será a reeleição mais difícil de um presidente norte-americano desde 1992, quando Bill Clinton tirou George Bush pai da Casa Branca (Jewel Samad/AFP)

Barack Obama: analistas observam que esta será a reeleição mais difícil de um presidente norte-americano desde 1992, quando Bill Clinton tirou George Bush pai da Casa Branca (Jewel Samad/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 08h04.

Brasília - A um ano da eleição presidencial dos Estados Unidos de 6 de novembro de 2012, o presidente norte-americano, Barack Obama, e seus adversários republicanos que buscam a indicação do partido para concorrer à disputa enfrentam um ambiente cada vez mais polarizado e com profundas divisões ideológicas.

O movimento tem como líderes o Tea Party, de direita, e o Ocupe Wall Street, de esquerda. As eleições norte-americanas costumam se concentrar nos candidatos democrata e republicano, com suas campanhas publicitárias, debates e batalhas por estados-chave. Mas em 2012, Obama e seu adversário republicano terão ainda de lidar com a maciça presença de protestos organizados por movimentos que nenhum dos dois lados pode controlar.

Tanto o Tea Party, que reúne diversos grupos conservadores, quanto os protestos contra a desigualdade, o desemprego e as grandes corporações iniciados com o Ocupe Wall Street, em Nova York, e espalhados por todo o país, têm em comum o descontentamento com a situação política e econômica do país e devem ter impacto na votação do próximo ano, apesar de ambos recusarem as comparações.

Mas se o Tea Party mostrou sua força nas eleições legislativas do ano passado – quando elegeu vários de seus candidatos – e há pré-candidatos republicanos abertamente identificados com o movimento, como Michele Bachmann, a força dos protestos inspirados no Ocupe Wall Street (surgido há menos de dois meses) ainda precisa ser testada.


Os participantes dos protestos do Ocupe Wall Street têm perfil variado e rejeitam qualquer ligação com o Partido Democrata, mas o crescimento do movimento e, principalmente, a simpatia do público americano por sua mensagem de frustração, fazem com que ele seja observado com atenção por ambos os partidos.

"Enquanto o Tea Party serviu de combustível para o entusiasmo do Partido Republicano nas eleições de 2010, ainda não há prova de que os manifestantes do Ocupe Wall Street farão o mesmo pelos democratas", dizem os analistas Aaron Blake e Chris Cillizza."Dito isso, o movimento [Ocupe Wall Street] pode favorecer significativamente os democratas."

Diversas pesquisas mostram que a principal preocupação dos eleitores norte-americanos é a economia, em um momento em que o país cresce em um ritmo considerado lento demais para baixar a taxa de desemprego – atualmente em 9%, patamar mantido há dois anos – com temor de uma nova recessão.

Nesse cenário, analistas observam que esta será a reeleição mais difícil de um presidente norte-americano desde 1992, quando Bill Clinton tirou George Bush pai da Casa Branca. Obama tenta evitar o mesmo destino de Bush, Gerald Ford ou Jimmy Carter – integrantes da temida lista de presidentes americanos de um só mandato, mas os problemas com a economia norte-americana são um desafio em sua campanha.

O descontentamento dos americanos se estende também ao Congresso. De acordo com diferentes pesquisas, tanto Obama e seu Partido Democrata quanto os republicanos perderam pontos com o público americano depois do embate para aprovar a elevação do teto da dívida pública, que quase levou o país ao calote no meio do ano.

Para analistas, nenhum dos pré-candidatos republicanos até agora tem demonstrado força suficiente para empolgar os eleitores do partido. No entanto, a situação ainda pode mudar, já que as primárias para escolher o adversário de Obama na votação de 6 de novembro de 2012 começam apenas em janeiro. Com informações da BBC Brasil.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEstados Unidos (EUA)Países ricosPolíticaPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru