Miss Iraque, Sarah Idan: jovem vem recebendo ameaças de morte após selfie com Miss Israel (Frazer Harrison / Staff/Getty Images)
Gabriela Ruic
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 12h07.
Última atualização em 19 de dezembro de 2017 às 12h16.
São Paulo – Pela primeira vez em 45 anos, o Iraque, um país devastado por anos de guerras e ataques terroristas, contou com uma representante na seleção para o posto de Miss Universo: Sarah Idan, 27 anos. O sonho de participar do concurso seguia seu rumo até que uma selfie com outra participante virou um pesadelo.
Em novembro, vésperas da competição, Sarah publicou nas redes sociais uma selfie com Adar Gandelsman, Miss Israel. “Paz e Amor”, dizia a imagem. Veja abaixo:
Peace and Love from Miss Iraq and Miss Israel ❤️❤️💕💕 #missuniverse
Uma publicação compartilhada por Sarah Idan (Sarai) سارة عيدان (@sarahidan) em
Desde aquele dia, a jovem vem recebendo ameaças de morte e sua família foi forçada a deixar território iraquiano. Em relato à rede de notícias CNN, Sarah contou que quase abandonou a competição em razão da controvérsia que a foto causou mundo afora, já que o Iraque, assim como outros países árabes, não mantém relação diplomática com Israel.
A ideia da imagem foi da própria Sarah, que se aproximou de Adar, a quem considera uma amiga pessoal, e sugeriu que fizessem uma imagem juntas, para que fossem vistas como embaixadoras da paz.
No entanto, jamais imaginou as reações negativas que receberia. Além de críticas por todos os lados, Sarah disse ter sido ameaçada até mesmo pela organização do Miss Iraque, que teria ordenado que ela removesse a foto ou perderia seu título . Em resposta à CNN, os envolvidos no concurso negaram que tal manifestação tenha acontecido.
Depois da competição, Sarah retornou aos Estados Unidos, onde vive há anos, e disse estar mantendo a discrição até ter a certeza de que sua família está em segurança. Nas redes sociais, segue defendendo a selfie e criticando o governo do Iraque, alegando que a perseguição que está vivendo é apenas mais um exemplo da restrição das liberdades individuais no país.
Selfies entre pessoas de países cujas relações são estremecidas são geralmente vistas como exemplo de união. No ano passado, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, as ginastas Lee Eun-Ju e Hong Un-jong, da Coreia do Sul e do Norte, respectivamente, foram celebradas em todo o mundo.