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A mulher que lidera a batalha de Kobani contra o violento EI

Com armas leves e pouca munição, a resistência curda liderada por Mayssa Abdo está conseguido segurar sozinha os avanços dos jihadistas na cidade síria

Combatentes curdas na Síria: as forças curdas são conhecidas por contarem com a presença de muitas mulheres e por valorizarem o papel feminino na luta armada (Reuters)

Combatentes curdas na Síria: as forças curdas são conhecidas por contarem com a presença de muitas mulheres e por valorizarem o papel feminino na luta armada (Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 15h06.

São Paulo – Os combatentes curdos de Kobani, cidade localizada na fronteira entre a Síria e Turquia, seguem travando uma violenta luta contra o Estado Islâmico (EI). E é nas mãos de uma mulher de 40 anos que está a liderança desta resistência que tenta reverter os ganhos territoriais dos jihadistas nesta região.

Seu nome é Mayssa Abdo. No campo de batalha, é conhecida como Narin Afrin. Síria, mas de origem curda, Mayssa é de Afrin, cidade que fica na região de Aleppo, e adotou o apelido como uma forma de homenagear o local onde nasceu.

Ainda não há muitas informações sobre Mayssa, ou Narin, mas, segundo Mustafa Ebdi, ativista curdo que vive em Londres, “ela é culta, inteligente e serena”. “Se importa com o estado mental de seus soldados e se interessa por suas vidas”, revelou ele para a rede de notícias AFP. De acordo com o jornal Daily Mail, ela é “bela, inocente e forte.”

O poder de sua liderança chamou a atenção do mundo, especialmente por conta da força com a qual os militares curdos estão lutando contra o EI e apesar de sua clara desvantagem em relação ao grupo extrremista. Com pouca munição, os combatentes enfrentam a artilharia dos jihadistas, que tem em mãos armas sofisticadas roubadas do exército iraquiano e sírio.

Ciente das dificuldades em conseguir armas para seus soldados, Mayssa recorreu às redes sociais nesta semana para fazer um apelo ao mundo, conforme explicado pelo Daily Mail.

“Vamos lutar até a última bala para proteger os civis. É uma luta por todos nós, uma luta pela liberdade”, disse ela. “Por favor, precisamos de ajuda humanitária e de armas. Há centenas de civis ainda dentro da cidade e eles não conseguem sair. Os arredores estão todos bloqueados”, escreveu Mayssa há alguns dias.

A coalização internacional liderada pelos Estados Unidos vem realizando frequentes ataques aéreos na região. Contudo, as autoridades já reconheceram que estes bombardeios não são suficientes para conter os avanços do EI. Os combatentes curdos, pelo menos por enquanto, continuam a lutar sozinhos.

Mulheres

Para a Erin Saltman, analista da Quillam Foundation, as mulheres têm uma importância fundamental na batalha da resistência contra o Estado Islâmico. Segundo Erin, elas vão sair ainda mais fortalecidas e valorizadas pelos militares curdos depois destes conflitos. 

“Simbolicamente, elas são uma grande força contra membros do EI, que têm uma visão conservadora sobre o papel da mulher”, explicou ela à rede de notícias BBC. “Para eles, morrer nas mãos de uma mulher é vergonhoso”. 

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