Mantega e Miriam Belchior anunciam corte no orçamento: elogios do BBVA (Renato Araujo/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 20h11.
Bogotá, 23 fev (EFE).- As economias da América Latina crescerão 4,4% este ano e 3,9% em 2012, impulsionadas pelo dinamismo da demanda interna, fator que, no entanto, poderia gerar um superaquecimento com pressões inflacionárias e valorização das moedas locais.
É o que afirma um relatório sobre a situação na América Latina apresentado nesta quarta-feira pelo grupo BBVA em Bogotá através de uma videoconferência, em que ressaltou que o fenômeno do superaquecimento não se manifestaria da mesma forma em todos os países da região.
Segundo o estudo, as economias da Argentina e da Venezuela (com as taxas de inflação mais altas) já "enfrentam uma situação de superaquecimento há alguns anos".
Brasil, Chile e Peru seguiriam pelo mesmo caminho se "o excessivo otimismo" gerar um excessivo investimento, afirmou durante a apresentação o economista-chefe do BBVA para a América do Sul, Joaquín Vial.
Já Colômbia e México ainda têm margem para o crescimento tanto neste ano quanto em 2012 antes de alcançar seu potencial, acrescentou o especialista.
O BBVA propõe para a região um ajuste ordenado da demanda interna que, segundo seus dados, em 2010 cresceu cerca de 8% e em 2011 crescerá 5%.
Para esta instituição financeira, só o Brasil orientou sua política fiscal nesse sentido.
Vial considerou pouco provável que essas políticas mudem a curto prazo nos outros países da região, especialmente na Argentina, onde os ajustes poderiam ser adiados para depois das eleições presidenciais que serão realizadas em outubro deste ano.
No entanto, uma vez que os países latino-americanos superem esta prova, estarão "muito mais fortalecidos" do que há quatro ou cinco anos, ou seja, antes da crise global, disse o economista-chefe do Grupo BBVA e diretor do BBVA Research, Jorge Sicilia.
O banco espanhol previu ainda que o investimento em capital fixo aumentará 8% no conjunto da região.
Em Chile, Colômbia, Peru e Uruguai esta variável poderia crescer entre 10% e 15%, com forte presença de investimentos estrangeiros diretos em mineração e energia.
Já em relação às contas externas, os maiores preços das exportações compensarão parcialmente o impacto da expansão da demanda interna sobre as importações, embora se manterá uma tendência crescente ao déficit.