País: Síria
Esporte: Natação
Em um país devastado por uma violenta guerra civil e disputado por grupos terroristas, a Síria encontrou razões para sorrir com a presença da nadadora Yusra Mardini nos Jogos do Rio de Janeiro. Yusra, contudo, não faz parte da delegação oficial do país, mas sim da equipe internacional
montada pelo COI com refugiados de diferentes países. Criada em Damasco, a capital do país, a atleta viu a casa que vivia com sua família ser destruída durante a guerra. Em agosto de 2015, deixou o país na companhia da sua irmã. Juntas, atravessaram Líbano e a Turquia até conseguirem um lugar em uma embarcação para chegar à Europa. Como milhares de refugiados que tentam essa perigosa travessia pelo Mar Mediterrâneo, a embarcação onde ela estava ficou sem combustível e ameaçou virar. Ela, sua irmã e um outro passageiro eram os únicos dos 18 ocupantes que sabiam nadar. Não tiveram dúvidas: caíram na água e nadaram por mais de três horas puxando a embarcação até a ilha de Lesbos, na Grécia. Ela hoje vive e treina na Alemanha, ao lado da família. Sua história é de arrepiar, mas é uma história que se repete diariamente nos últimos meses com milhões de refugiados e imigrantes que fogem de guerras e catástrofes humanitárias em busca de uma vida melhor na Europa. “Eu quero representar todos os refugiados para mostrar a todos que, depois da dor, depois da tempestade, vem a calmaria”, disse ela em
entrevista ao braço da ONU para refugiados. Yusra já competiu e infelizmente não se classificou para as semifinais dos 100 metros borboleta. “Eu sabia que seria difícil, mas já vale muito estar aqui. ” Além da jovem, o nadador Rami Anis é outro sírio que faz parte da equipe de refugiados. Nascido em Aleppo, uma das cidades mais afetadas pela guerra, Anis fugiu para a Turquia com o agravamento da violência. Assim como Yusra, atravessou o Mar Mediterrâneo em uma embarcação frágil em busca de proteção e melhores condições de treinamento na Europa. Hoje vive em Ghent, na Bélgica.