Erdogan: "os partidos racistas têm os dirigentes e os governos europeus na mão", continuou (Kayhan Ozer/Presidential Palace/Handout/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de abril de 2017 às 16h59.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, voltou a criticar a Europa, nesta quinta-feira (6), "um continente que está apodrecendo" e que é o "centro do nazismo".
"A Europa já não tem nada para nos dizer, nem para nós, nem para ninguém mais. Estamos diante de um continente que está apodrecendo", declarou Erdogan, durante um discurso em Balikesir, no noroeste da Turquia.
"Os partidos racistas têm os dirigentes e os governos europeus na mão", continuou.
"A Europa não é mais o centro da democracia, dos direitos humanos e das liberdades, mas o das pressões, da violência e do nazismo", acrescentou.
As declarações do presidente turco surgem em um contexto de semanas de tensões com a União Europeia (UE), depois que Alemanha e Holanda anularam vários comícios pró-Erdogan em seus territórios.
A dez dias de um referendo, por meio do qual o governo pretende reforçar seus poderes, Erdogan quer aproveitar a indignação causada por essas proibições à Turquia para mobilizar seu eleitorado.
Essa escalada retórica piorou as relações entre Ancara e a UE, dois sócios comerciais que cooperam em assuntos como imigração e luta antiterrorista.
Nas últimas semanas, em diferentes ocasiões, a Turquia ameaçou deixar de aplicar o acordo firmado com Bruxelas no ano passado para conter a chegada de migrantes em situação clandestina às ilhas gregas do Egeu e que passam pelo território.