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A crise conjugal de Boris Johnson afetará a sucessão no Reino Unido?

Pesquisa aponta que supostos problemas em seu casamento afetaram sua popularidade, embora Johnson pareça manter intacto o apoio dos militantes conservadores

Boris Johnson, ex-secretário do Exterior e líder do Partido Conservador fala durante uma sabatina em Birmingham, no Reino Unido (Darren Staple/Bloomberg)

Boris Johnson, ex-secretário do Exterior e líder do Partido Conservador fala durante uma sabatina em Birmingham, no Reino Unido (Darren Staple/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de junho de 2019 às 09h58.

Última atualização em 24 de junho de 2019 às 10h00.

Londres — Favorito para suceder Theresa May no cargo de premiê do Reino Unido, o ex-chanceler Boris Johnson rejeitou neste domingo, 23, responder perguntas sobre um incidente doméstico entre ele e a namorada, Carrie Symonds, noticiado pela imprensa britânica.

Johnson participou de um debate com Jeremy Hunt, atual chanceler do Reino Unido. Os dois disputam a eleição para líder do Partido Conservador, após renúncia de May. Quem vencer assume também o cargo de premiê. A briga com a namorada foi levantada no debate. "Não acho que os eleitores queiram ouvir sobre isso", disse Johnson.

Na noite de quinta-feira, 20, a polícia foi chamada em sua casa, no sul de Londres. Segundo o jornal The Guardian, um vizinho escutou "gritos, batidas de portas e ruídos" no local e, ao não receber resposta quando bateu na porta, decidiu alertar às autoridades.

A Polícia Metropolitana de Londres compareceu à casa do ex-chanceler e, segundo explicou Johnson em um breve comunicado, comprovou que o casal estava "a salvo e bem" e descartou qualquer tipo de ação.

Johnson construiu sua candidatura com base em seu caráter e um escândalo conjugal pode afetar sua imagem. Segundo pesquisa do semanário Mail on Sunday, o caso influenciou sua popularidade, embora ele pareça manter intacto o apoio da maioria dos militantes do partido.

"Não seja covarde"

Rival de Johnson na disputa pelo cargo de primeiro-ministro, o chanceler Jeremy Hunt disse "Não seja covarde" e aceite o "escrutínio" ao colega nesta segunda-feira.

Hunt deve participar na terça-feira em um programa do canal de televisão SkyNews, mas Johnson, favorito na disputa interna do Partido Conservador para suceder a primeira-ministra Theresa May, recusou o convite.

A situação deu um novo argumento aos que acusam o ex-chanceler e prefeito de Londres de recusar as aparições na imprensa e a SkyNews afirmou que o debate não aconteceria sem a sua presença.

Em um apelo para que Johnson participe no programa, Hunt afirmou: "Não seja covarde, Boris, seja um homem e demonstre à nação que pode enfrentar o intenso escrutínio que implica o trabalho mais difícil do país".

O ataque é parte da estratégia de Hunt, que se apresenta como o candidato "sério" contra um carismático e polêmico Johnson, que tem uma longa lista de erros.

Em declarações ao jornal The Times, Hunt se recusou a falar sobre a recente disputa entre Johnson e sua companheira Carrie Symonds, que provocou a presença da polícia na residência desta última após uma ligação dos vizinhos.

Nesta segunda-feira, o tema continua em destaque na imprensa britânica.

De acordo com vários jornais, o casal teria abandonado a residência em Londres, diante da qual se reuniram no domingo vários manifestantes contra Johnson.

Os 160.000 membros do Partido Conservador britânico devem escolher entre Hunt e Johnson até o fim de julho. O vencedor será o novo líder do partido e, por consequência, o novo chefe de Governo.

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