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A China provincial se entrega ao luxo

A indústria do luxo está se firmando nas cidades chinesas menores, geralmente afastadas do litoral e que passaram a conhecer taxas de crescimento recorde

Dois empregados limpam a vitrine da boutique Louis Vuitton de Chengdu: a indústria do luxo está se firmando nas cidades chinesas menores

Dois empregados limpam a vitrine da boutique Louis Vuitton de Chengdu: a indústria do luxo está se firmando nas cidades chinesas menores

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2011 às 19h02.

Chengdu - A indústria do luxo está se firmando nas cidades chinesas menores, geralmente afastadas do litoral e que passaram a conhecer taxas de crescimento recorde, permitindo a emergência de novos ricos.

Apertando contra o casaco de pele vermelha sua bolsa Louis Vuitton, Li Xingyi olha as vitrines de um centro comercial do sudoeste da China: a jovem mulher faz parte dos consumidores da província que começaram a ser atraídos pelas grandes grifes.

Usando lentes de contato verdes e cílios postiços, a sra. Li, empresária de 25 anos, mora em Chengdu, na província de Sichuan. Segundo os analistas, cidades como essa são, hoje, o motor do sucesso econômico da China.

O país possui 146 milionários em dólares, ou seja, 14% a mais que no ano passado, sendo superado, apenas pelos Estados Unidos, segundo a última classificação dedicada à segunda economia mundial, publicada recentemente pela revista Forbes.

O dinheiro torna as coisas mais simples, tanto para os ricos chineses como para Li Xingyi. Ela motra sua bolsa, que comprou em Chengdu por 17.000 iuanes (2.000 euros). "Gostei muito e posso me permitir, então, decidi comprar", conta ela à AFP.

A China é o mercado de maior crescimento da indústria do luxo, devendo chegar a número um em 2015 (na frente dos Estados Unidos) em todos os produtos - cosméticos, bolsas, relógios, calçados e roupas - segundo consultores da PriceWaterhouseCoopers.

Os ricos moradores das megalópoles da província beneficiaram-se muito, financeiramente, com o aumento dos preços do mercado imobiliário e com o crescimento econômico, agora mais rápido.


A sra. Li, que é casada e tem um filho, conta que gasta 20.000 iuanes (2.350 euros) por mês - ou seja cerca de um quinto de sua renda mensal - em produtos de marcas, num país onde a renda média disponível é de 1.592 iuanes (187 euros).

"Aprendi a conhecer as grandes grifes quando estudava no estrangeiro", explica a chinesa, lamentando que seu costureiro favorito, Miu Miu, que trabalha para o italiano Prada, não 'tenha aberto, ainda, uma boutique em Chengdu - uma cidade conhecida pelos pandas e sua cozinha de especiarias.

Os chineses devem gastar 15,6 bilhões de dólares em produtos de luxo este ano, o que representa uma alta de 20% em relação ao ano passado, com 40% de suas compras realizadas na China, informou à AFP Shaun Rein, diretor geral em Xangai do China Market Research Group.

Enquanto numerosos moradores de Pequim e de Xangai preferem ir a Hong Kong e à Europa para fazer suas compras, os moradores das cidades menores viajam bem menos ao exterior, consumindo mais na China.

"O mercado de luxo está em ebulição. O poder de compra se desloca das cidades de mais importância para as outras", confirma Rein, que prevê, também, um aumento de 20% do mercado de luxo em 2012, na China.

"As pessoas não sabem o que fazer com o dinheiro e procuram as prateleiras do alto neste momento", acrescenta.

Um carro esporte estacionado em frente da loja Hugo Boss, de Chengdu, na China

Isso diz respeito, também, ao setor automobilístico. O construtor de luxo Bentley abriu 18 concessionárias na China - a maior parte em cidades menores - e prevê abrir duas outras no final deste ano, informou Robin Peel, porta-voz da marca.

A China é o maior mercado da Bentley depois dos Estados Unidos, com vendas, nos nove primeiros meses de 2011, em alta de 83,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Uma confiança semelhante é perceptível na concessionária Jaguar Land Rover em Chengdu, onde mais de 1.100 carros foram vendidos em 2010.

"As pessoas ganham mais e mais dinheiro e desejam exibir seu sucesso", explica Aaron Fischer, do Instituto de Estudos CLSA Asia-Pacific Markets de Hong Kong

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