Hassan Rohani, presidente iraniano: "medidas para criar confiança devem ser tomadas pelo Irã", sustentou porta-voz da União Europeia (foto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2013 às 10h46.
Genebra - "A bola está com o Irã" e depende dele a adoção de medidas necessárias para restabelecer a confiança da comunidade internacional, preocupada há uma década com os verdadeiros propósitos de seu programa nuclear, disse nesta terça-feira o porta-voz da União Europeia, Michael Mann.
"As medidas para criar confiança devem ser tomadas pelo Irã", sustentou o porta-voz pouco depois do início das reuniões de dois dias entre delegações do Irã e do grupo de países conhecido como G5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, mais Alemanha), em Genebra.
"O Irã deve deixar claro que suas intenções são puramente pacíficas", ressaltou.
Mann acrescentou que as sanções internacionais contra o Irã poderão ser aliviadas na medida em que "mudanças no setor nuclear sejam concretizadas".
"Queremos que o Irã se comprometa a reduzir as preocupações da comunidade internacional, e provar, de forma verificável, que (seu programa nuclear) não tem fins militares. Esse é o resultado que buscamos", explicou o porta-voz.
As próprias delegações decidirão nesta manhã o formato das próximas reuniões, indicou ele.
"Estamos preparados para negociar pelo tempo que for necessário para se chegar a um acordo. O plano de trabalho e o horário para os próximos dias não estão claros, tudo depende de como vão evoluir as conversas desta manhã", explicou.
Mann também disse que os países que negociam com o Irã já haviam apresentado anteriormente suas propostas sobre como garantir os fins pacíficos de suas atividades nucleares e que a decisão de modificá-las dependerá da posição do Irã nesta reuniões.
O Irã tinha anunciado que apresentaria, da mesma forma, um plano próprio de negociação, o qual o porta-voz afirmou que "levará algum tempo para ser revisado".
O Ocidente chegou com um "cauteloso otimismo" a estas reuniões, comentou Mann, ao lembrar que tanto o novo presidente como o ministro das Relações Exteriores do Irã deram declarações e discursos "mostrando que estão preparados para se comprometer".
"Mas a prova de se isso é verdade só será vista na proposta que (a delegação iraniana) fará hoje", ressaltou.
Sobre o que se consideraria um resultado positivo destas reuniões, Mann evitou fazer "prognósticos", mas lembrou que em rodadas anteriores de negociações não houve "um comprometimento suficiente" por parte do Irã, que agora "dá sinais de querer a chegar a um acordo".