Cairo - Pelo menos 70 pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em enfrentamentos entre policiais e manifestantes registrados desde a madrugada nos arredores da embaixada dos Estados Unidos no Cairo, segundo o último número divulgado pelo Ministério da Saúde.

O chefe do Departamento de Primeiros Socorros da pasta, Ahmad al Ansari, citado pela agência de notícias estatal "Mena", explicou que o quadro de saúde da maioria dos feridos, que apresentam fraturas, hematomas e traumatismos, é estável.

Ansari precisou que seis dos feridos foram levados para hospitais, enquanto o resto foi atendido pelas equipes médicas no local dos enfrentamentos.

O Ministério da Saúde enviou dez ambulâncias para os arredores da emblemática praça Tahrir, próxima à embaixada americana e para onde os distúrbios se estenderam.

Apesar ao aumento do aparato policial, os enfrentamentos se intensificaram a partir do meio-dia (hora local), quando aumentou o número de manifestantes na zona. O protesto foi gerado por um vídeo feito nos EUA e considerado ofensivo ao profeta Maomé pelos muçulmanos.

Centenas de jovens lançaram pedras e coquetéis molotov contra as forças de segurança egípcias na praça Simón Bolívar, no centro do Cairo. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para impedir que o avanço dos manifestantes rumo à embaixada, localizada a cerca de 300 metros do local.

Um dos manifestantes, Islam Salah, de 21 anos, disse à Agência Efe que estava protestando contra "o filme que insulta o profeta Maomé" e para pedir "a expulsão da embaixadora americana e o fechamento da embaixada no Egito".

Há dois dias, milhares de pessoas, em sua maioria islamitas, concentraram-se em frente à representação diplomática e um grupo conseguiu invadir a embaixada e arrancar a bandeira americana do local.

Após os incidentes iniciais, os manifestantes montaram um acampamento nas proximidades da embaixada, que foi evacuada nesta madrugada com ajuda das forças de segurança, momento em que ocorreram choques entre a polícia e os manifestantes.