Mais de 80% acreditam que a desinformação é um problema atualmente. (Nora Carol Photography/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 13 de março de 2022 às 09h00.
Última atualização em 14 de março de 2022 às 10h32.
Uma pesquisa feita com 125 mil entrevistados em dez países aponta que mais de 60% das pessoas estão preocupadas com a possibilidade de cair em fake news. Mais de 80% acreditam que a desinformação é um problema atualmente. A maior parte das pessoas (53%) usa as mídias tradicionais de grande imprensa para se informar, e metade diz ter técnicas para identificar quando algum conteúdo é falso.
Os números são do estudo chamado ‘As novas pessoas moldando nosso futuro’, ao qual EXAME teve acesso com exclusividade. A pesquisa foi desenvolvida pela consultoria Oliver Wyman e ouviu pessoas de 18 a 65 anos no Brasil, Estados Unidos, México, Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido, Austrália e China.
Nesses dez países, 66% afirmam que podem identificar notícias falsas de maneira rápida, e pouco mais da metade, 52%, diz que tem técnicas para perceber quando uma informação não condiz com a verdade. Quando o recorte é feito especificamente pelo Brasil, 74% afirmam que conseguem identificar fake news rapidamente, e outros 66% desenvolveram maneiras próprias de fazer isso.
A pesquisa ainda desenvolveu uma escala, que vai de 1 a 5, para identificar o grau de confiança das pessoas nos governos e em empresas. O brasileiro é o que menos confia no governo, com uma pontuação de 2.3, enquanto que a média dos dez países testados ficou em 2.8. A nação que mais confia no próprio governo é o Canadá (3.1 de nota).
Quando a pergunta testou a confiança nas empresas, o Brasil ficou com uma pontuação de 3.1, atrás de países como China (3.7), México (3.4) e Reino Unido (3.4). O nível de confiança geral, entre os 125 mil entrevistados, ficou em 3.4. Mais de dois terços da população dos dez países (65%) acredita que as empresas estão fazendo o possível para combater notícias falsas. Já no Brasil, este mesmo número cai para 56%.
“Há um grande desafio para combater notícias falsas, e nesse sentido é fundamental que as empresas em geral – não apenas as de mídia/informação – se posicionem a favor da verdade e contra a desinformação”, diz Gontijo, a diretora de serviços financeiros da Oliver Wyman.
125 mil entrevistados, de 18 a 65 anos, em 10 países (Brasil, Estados Unidos, México, Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido, Austrália e China).