Santos: mais da metade das áreas litorâneas paulistas devem ser priorizadas em caso de vazamento (Tadeu Nascimento / Divulgação)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2011 às 10h07.
São Paulo - Estudo inédito de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) mostra que 52% do litoral do Estado de São Paulo é formado por ambientes muito sensíveis a vazamentos de petróleo. Isso significa que mais da metade das áreas litorâneas paulistas devem ser priorizadas em caso de vazamento.
Para fazer o mapeamento, foram usados três critérios: a complexidade do ecossistema, o nível de exposição dele à ação do mar e o tipo de solo que possui. "O tipo de solo dá a medida da penetração do óleo no ambiente e da dificuldade da limpeza", explica o ecólogo Arthur Wieczorek, um dos responsáveis pelo trabalho.
Segundo a escala de sensibilidade utilizada por ele e seus colegas, chamada de Índice de Sensibilidade Litorânea (ISL), os ambientes mais sensíveis são manguezais, brejos, banhados, deltas e barras de rio com vegetação. A escala vai de um a dez, classificando os ambientes em ordem crescente (dez é o mais alto grau de sensibilidade).
"A sensibilidade dos manguezais é imensa, pois são ambientes abrigados das correntes. O óleo que entra lá, fica lá. E tentar remover é pior porque, ao pisotear a lama, o óleo desce e penetra no solo", esclarece Dimas Dias Brito, geólogo e professor da Unesp.
Wieczorek explica que 80% das espécies de peixes marinhos se reproduzem e se alimentam nos manguezais. Além disso, muitas aves migratórias usam os manguezais para descansar.
O levantamento na costa paulista foi feito pelo Grupo de Sensibilidade Ambiental a Derramamentos de Petróleo, da Unesp. Os dados farão parte do Atlas de Sensibilidade Ambiental a Vazamentos de Óleo do Litoral Paulista em Escala Detalhada, com lançamento previsto para 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.