Polícia ouve testemunhas perto da boate Pulse em Orlando (REUTERS/Kevin Kolczynski)
João Pedro Caleiro
Publicado em 12 de junho de 2016 às 12h18.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 15h17.
Matéria atualizada às 11h30
São Paulo - Um ataque em uma boate gay de Orlando, na Flórida, na madrugada deste domingo matou cerca de 50 pessoas e deixou mais de 53 feridas. É o maior ataque desse tipo na história dos Estados Unidos.
Entenda o que aconteceu:
Como foi o ataque?
O ataque começou por volta das 2h locais (3h no horário de Brasília). O suspeito trocou tiros com o segurança do lado de fora e correu para o interior da boate, onde estavam cerca de 320 pessoas, segundo a polícia.
Por volta das 3h locais, a página da boate no Facebook postou: "Todos saiam da Pulse e continuem correndo".
A polícia chegou a estourar uma porta com um veículo armado, o que ajudou 30 pessoas a fugirem, e eventualmente invadiu o local.
"Às 5h nesta manhã, foi tomada a decisão de resgatar as vítimas mantidas reféns dentro do local. Nossos policiais trocaram tiros com o suspeito. O suspeito está morto", disse o chefe de polícia de Orlando, John Mina, em uma entrevista coletiva à imprensa.
Quem é o responsável?
Os investigadores estão tratando o tiroteio como um ato de terrorismo. O agente Ron Hopper, do FBI, disse que o suspeito não é de Orlando e pode ter ligação com ideologias do extremismo islâmico.
O suspeito portava um rifle e uma arma de pequeno porte, além de um "dispositivo" não identificado implantado nele, disse Mina, o chefe de polícia.
Eles dizem não haver relação com o ataque a tiros na noite de ontem, também em Orlando, que matou Christinna Grimmie, ex-participante do programa "The Voice".
Fontes confirmaram para a CBS que autoridades estão investigando Omar Mateen de Port St. Lucie, na Flórida, um cidadão americano de 29 anos sem antecedentes criminais.
Segundo a CNN, a família do atirador seria do Afeganistão e ele tinha treinamento sobre armas.
O que dizem as testemunhas?
"Bang! Bang! E gritos. E barulhos altos. O cara do meu lado foi atingido... quando virei para olhar todo mundo estava caindo e indo ao chão e gritando" disse Christopher Hansen para o Orlando Sentinel.
"Era um [tiro] atrás do outro. Pode ter durado uma música inteira", disse uma testemunha para a CNN.
Uma mãe dissa à rede local WFTV9 que seu filho mandou uma mensagem de texto de dentro da boate dizendo "Ele reuniu todos nós e vai nos matar".
"As pessoas na pista e no bar abaixaram no chão e alguns de nós que estávamos perto da saída dos fundos conseguimos sair para a área externa e simplesmente corremos" disse um usuário chamado Ricardo Negron Almodovar na página da boate.
Onde ocorreu o ataque?
A Pulse se classifica no seu site como "o bar gay mais quente de Orlando", tem três ambientes principais e fica no centro da cidade, na 1912 Orange Avenue.
O texto no site oficial diz que a dona, Barbara Poma, é de uma família italiana conservadora e foi introduzida à noite gay por seu irmão mais velho, John.
"Quando John se assumiu para família e amigos, a dinâmica da família passou por uma transição - de uma cultura de tradição rígida para uma de aceitação e amor", diz o site.
John morreu em 1991 após uma longa luta contra o HIV e Poma diz que abriu a boate em 2004 com seu amigo Ron Legler para promover consciência e prevenção sobre o vírus.
O nome da boate é uma referência ao pulso do coração de seu irmão. A noite de ontem tinha foco no público latino. Veja o flyer: